Boca de lobo inteligente pode evitar alagamentos

Marcus Vinícius Beck*

Em meio ao período chuvoso idéias surgem como novas medidas para evitar alagamentos e enchentes em Goiânia. As bocas de lobo inteligentes impedem bueiros de ficarem obstruídos e diminuem os riscos de inundação e acúmulo de lixo nas galerias fluviais, que podem provocar acidentes automobilísticos quando as vias estão com água transbordando. Em vigor em outras cidades do País, o equipamento é de fácil manuseio e pode ser operado pelos responsáveis pela limpeza de ruas e calçadas. 

A prefeitura, por meio de nota, disse que “o serviço de limpeza é executado diariamente em toda a cidade”. De acordo com o Paço, que não possui conhecimento do projeto de lei sobre boca de lobo inteligente, apresentado por um vereador na Câmara Municipal de Goiânia no último dia 19, 30 mil bocas tiveram dejetos retirados de suas entradas. A recomendação por parte da Seinfra é de que a população evite alagamentos e enchentes “não jogando lixo nas vias públicas”. 

Surgida em São Paulo, em 2016, a tecnologia da boca de lobo inteligente evitou que mais de cem pontos da capital paulista se tornassem intransitáveis ao chover. O criador da ideia, que estava de ‘saco cheio’ de ficar de mãos atadas quando caia alguns pingos de chuva, melhorou a condição de 400 mil bueiros em São Paulo. O sistema foi desenvolvido pela empresa Cisco, que acabou selecionando a PromonLogicalis em concurso, em 2015. 

No ano passado, os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram em primeira discussão o projeto das bocas de lobo inteligentes. Segundo o texto do Projeto de Lei (PL), a intenção da medida era “prevenir e minimizar os problemas causadas pelas chuvas”. Até o início da gestão de João Dória, o projeto seguia em tramitação na Câmara de Vereadores da cidade.

Reclamações

A reportagem de O Hoje conversou com algumas pessoas acerca dos problemas causados pelas enchentes e alagamentos. O vendedor Marco Polo, 43, afirmou que é “praticamente impossível dirigir em Goiânia, quando chove, por conta da água que toma conta da pista”. De acordo com ele, que tem em seu carro a principal ferramenta de trabalho, o Poder Público peca em não dar atenção para a falta das bocas de lobo. “Ficamos à mercê dos governantes, e correndo risco de sofrermos acidentes”, relata. 

Outras pessoas que queixam-se das enchentes são motoqueiros. O atendente de telemarketing, Raphael Ribeiro, 22, evita ao máximo andar de moto quando está chovendo, pois ele tem receio de cair. Para ele, ao cair alguns pingos, a cidade torna-se totalmente caótica. “É duro de se locomover, já que o risco de acidentes envolvendo várias pessoas aumenta drasticamente”, declara Ribeiro, acrescentando que tanto ônibus quanto transporte particular é arriscado. “Como faremos para ir trabalhar?”, indaga o atendente. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Chrysthian)