Transferência de presos perigosos para presídios federais está em andamento

Em reunião com a Ministra Cármem Lúcia, o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa afirmou que todas as providências estão sendo tomadas

Postado em: 09-01-2018 às 09h35
Por: Kamilla Lemes
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Em reunião com a Ministra Cármem Lúcia, o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa afirmou que todas as providências estão sendo tomadas

Todas as providências estão sendo tomadas no sentido de transferir o mais rápido possível os presos perigosos que estão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para presídios federais, conforme determinação judicial, afirmou, nesta ontem (8), o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa. 

Ao lado do secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, ele participou da reunião da presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, com o governador Marconi Perillo e o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Gilberto Marques Filho.

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“Neste momento estamos trabalhando na identificação dos presos que se enquadram nessa situação, ao mesmo tempo em que buscamos junto ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informações sobre a disponibilidade de vagas no sistema federal para o recambiamento dos presos”, explicou o coronel Edson. “As deliberações desse encontro com a ministra Cármen Lúcia são fundamentais não só para Goiás como para todo o Brasil”, completou.

O diretor-geral de Administração Penitenciária também explicou que a planilha com o cronograma das operações a serem realizadas de forma sistemática no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia também está sendo preparada para ser entregue à ministra. “Ela nos pediu um cronograma dos nossos trabalhos nos próximos 15 dias, e vamos apresentar a ela o que estamos fazendo”, assegurou.

Quanto aos mutirões do judiciário para avaliar a situação penal dos presos do regime semiaberto, o coronel Edson Costa declarou que “eles serão fundamentais para desopilar a questão dos presos bloqueados, que muitas vezes, por questões disciplinares, de atraso ou outra, continua detido”, disse. “Isso vai dar uma melhor tranquilidade e, com certeza, facilitar o trabalho no sistema penitenciário”, completou. Segundo explica, esse mutirão carcerário determinado pela ministra Cármen Lúcia vai melhorar muito a situação de superlotação. Aliado a isso, conforme lembrou, “o governo de Goiás está construindo novos presídios”.

Edson Costa voltou a afirmar que “o sistema está sob controle; logicamente, passamos por um momento mais crítico, mas o estado demonstrou o seu poder de força, e a população carcerária percebeu isso”. Ele ressaltou que o serviço de Inteligência acompanha todos esses movimentos da massa carcerária. “Diria para a população que o sistema está controlado; e estamos prontos para quaisquer medidas em casos de novas tentativas de rebelião”, afirmou. Quanto à mudança do sistema, segundo Edson Costa, “a nova lei dá condições para se fazer a estratificação do preso”.

Para o secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, Goiás é um estado geoestratégico que, por estar próximo ao Distrito Federal, “tem sido alvo de uma intensa operação de crime organizado; e este é um fenômeno profundamente articulado e poderoso”. Segundo declarou, “os fenômenos dentro dos presídios não são meramente por espaço, mas, sim, por disputa de mercado”.

Durante a reunião, o secretário de Segurança Pública ressaltou à ministra Cármen Lúcia a competência das forças policiais do estado que têm atuado de forma integrada e reduzido os índices de criminalidade de maneira crescente.

No encontro, o governador avaliou as efetividade das medidas adotadas até o momento, entregando à ministra presidente do STF um documento detalhado de todos os investimentos que vêm sendo feitos pelo governo de Goiás para melhorar o sistema penitenciário do estado.

Segundo a ministra, Goiás integrará de imediato o cadastro nacional de presos do Conselho Nacional de Justiça e não daqui a alguns meses como estava previsto. Isso vai facilitar o levantamento que será feito para identificação e localização de todos os internos nos presídios do estado.

“Eu me coloco 100% à disposição para ajudar Goiás a superar esta questão”, afirma Carmén Lúcia. Uma nova reunião está agendada para daqui a um mês, no dia 9 de fevereiro, para avaliar o encaminhamento das demandas deliberadas nesta segunda-feira.

Por fim, a ministra determinou aos juízes que façam um levantamento de todos os processos para saber a natureza de crimes provisórios. Segundo ela, há gargalos no sistema que podem solucionados.

A Defensoria Pública, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB GO) também participaram da reunião e se prontificaram a integrar a força-tarefa para solucionar problemas no sistema penitenciário. 

(Foto: Reprodução)

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