Músicos da Orquestra Sinfônica estão sem reajuste salarial há mais de 10 anos
Um projeto sobre o assunto foi apresentado à antiga gestão há dois anos, porém os baixos salários têm acarretado em problemas financeiros
Por: Daniell Alves
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Os membros da Orquestra Sinfônica de Goiânia estão sem reajuste salarial há mais de 10 anos. Um membro da orquestra, que prefere não se identificar por medo de retaliação, relata que o problema já foi questionado à Prefeitura de Goiânia, mas ainda não houve acordo. Segundo ele, um projeto sobre o assunto foi apresentado à antiga gestão há dois anos, porém os baixos salários têm acarretado em problemas financeiros para os profissionais.
“Neste ano, por um movimento dos músicos, começamos a procurar o secretário de cultura [Zander Fábio] e tivemos duas reuniões com ele. Nos reunimos com o prefeito também, quando foi entregue o projeto em mãos e ele protocolou. Hoje esse projeto está na secretaria de finanças, mas ficou meses parado e hoje está parado na secretaria de finanças”, informa.
O músico pontua que a orquestra trabalha bastante, atendendo a todos os pedidos da secretaria e tem uma agenda de concertos em teatro, além de pedidos da prefeitura. “Somos uma das orquestras que mais trabalham no Brasil, mas temos o menor salário do País”, diz.
Os membros questionam “a lentidão para realizar algo que é de extrema urgência”. De acordo com o músico, a situação está se estendendo por meses e ficou parada na secretaria por 60 dias sem nada acontecer. “Por conta disso, os profissionais enfrentam muitas dificuldades financeiras em diversas áreas devido aos baixos salários. Temos músicos que recebem R$ 2 mil”, denuncia.
Grupo de trabalho
Sobre o assunto, o secretário municipal de Cultura, Zander Fábio, esclarece que criou um grupo de trabalho juntamente com o prefeito Rogério Cruz para reverter este problema. “Não são 11 anos não, desde a fundação da orquestra ela nunca passou por uma reestruturação. Após minha chegada, eu vi que temos uma das melhores orquestras do Brasil, com uma das piores remunerações e isso acarreta em uma série de fatores que são prejudiciais”, pontua.
De acordo com o secretário, está sendo realizado um trabalho com membros da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e membros da Orquestra Sinfônica para chegar a um acordo. A Secult, junto ao prefeito, teve a iniciativa de fazer a valorização. Mas tem trâmites legais e profundo estudo, uma vez que nunca havia tido essa reestruturação para que esse projeto possa chegar à Câmara com o aval do prefeito”, finaliza.
Criação
A Orquestra Sinfônica de Goiânia foi criada em 1993 pelo Maestro Joaquim Jayme e pelo Secretário Municipal de Cultura Kleber Adorno. A organização possui uma orquestra profissional composta por 75 músicos instrumentistas e coro profissional de 44 músicos cantores, além dos grupos formativos que trabalham no aperfeiçoamento das habilidades técnicas de estudantes de música e de programas educacionais direcionados a crianças e adolescentes da rede pública de ensino da cidade de Goiânia.
“Não obstante, a relevância de sua atuação alcança a transformação social na vida tanto de seus integrantes e beneficiados diretos quanto daqueles que participam como plateia de suas apresentações e atividades artísticas. Conta com a presença regular de regentes e solistas de projeção internacional, explorando os mais variados repertórios de diferentes estilos durante a temporada”, aponta a direção do local.