Consumo dos lares brasileiros aumenta 7,75% em julho

Se comparado ao mesmo mês de 2021, a alta chegou a 8,02%

Postado em: 09-09-2022 às 08h11
Por: Maria Paula Borges
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As maiores quedas nos preços vieram dos hortifrutigranjeiros | Foto: Valter Campanato/ABr

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mediu o consumo dos lares brasileiros definindo que o mês de julho foi encerrado com alta de 7,75% em relação a junho. No acumulado de 2022, o consumo gerou alta de 2,57%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado contempla os formatos atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce, e, se comparado ao mês de julho de 2021, apresentou alta de 8,02%. Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, em julho houve a desaceleração nos preços dos alimentos e cinco finais de semana, fatores que contribuíram para o maior número de idas ao ponto de venda.

“Monitoramos desde julho os primeiros sinais de retração nos preços de alguns itens que tiveram altas expressivas decorrentes de fatores climáticos, sazonais e das commodities, que vêm pressionando a cesta de alimentos desde o início do ano. Se mantida essa menor pressão inflacionária, o consumo tende a ser crescente neste segundo semestre diante do crescimento do emprego e dos recursos injetados na economia”, afirmou Milan.

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Conforme dados disponibilizados pela Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo atingiu o menor patamar de 2022, com alta de apenas 0,63%. Os produtos considerados de largo consumo são alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e de beleza. Além disso, houve queda de preços em produtos básicos – óleo de soja, feijão, arroz, açúcar – e em itens da cesta de hortifrutigranjeiros – tomate, batata, cebola.

Variações

Pelo segundo mês consecutivo, o óleo de soja apresentou retração, com queda de 2,41% se comparado a junho. Já o preço do feijão ficou 1,69% menor pela primeira vez após seis meses e o preço do açúcar sofreu a terceira queda, retraindo 0,60%, além do arroz, que teve menor variação (0,11%), acumulando queda de 5,77% em 12 meses.

Entretanto, as maiores quedas nos preços vieram dos hortifrutigranjeiros, impactando na cesta desde o início do ano por problemas climáticos, menor oferta nas regiões produtoras e altos custos dos fretes. As quedas mais relevantes observadas foram o tomate (-23,68%), a batata (- 16,62%) e cebola (-5,55%).

Os preços das proteínas apresentaram variação inferior a 1% em julho, como por exemplo a carne traseira (-0,83%), ovo (-0,42%), pernil (-0,43%), e frango congelado (0,69%). Dos cortes bovinos analisados pela Abras, a maior alta observada foi do dianteiro (1,14%), após dois meses consecutivos de retração.

Cesta nacional tem maioria das altas

A cesta nacional apresentou quatro das cinco maiores altas, causadas por leite e derivados, uma vez que o leite longa vida ficou 25,46% mais caro e os derivados cerca de 5%. Entre eles, estão o leite em pó (5,36%), queijo mussarela (5,28%) e o queijo prato (5,18%).

Outro item que apresentou alta foi o sal, com 3,96%, em que custos com frete e embalagens vem encarecendo o produto, que acumula alta de 11,75% no ano.

Em relação a higiene e beleza, as maiores altas encontradas foram em sabonete (1,97%), shampoo (1,10%), papel higiênico (1,01%), creme dental (0,99%). Já na cesta de limpeza, a maior alta é do sabão em pó (2,14%), detergente líquido para louças (1,66%), desinfetante (1,20%) e água sanitária (0,22%).

Os preços das cestas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste tiveram as maiores variações, custando R$ 716,09 (1,85%) e R$ 769,86 (1,86%), respectivamente.

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