Semana do Pescado quer incentivar consumo de frutos do mar

Evento trabalha a criação de uma segunda quaresma para movimentar a economia com mais uma temporada de pescados no ano

Postado em: 10-09-2022 às 10h27
Por: Maria Gabriela Pimenta
Imagem Ilustrando a Notícia: Semana do Pescado quer incentivar consumo de frutos do mar
De 1º a 15 de setembro, cadeia pesqueira nacional tenta atrair mais venda no atacado e também no varejo | Foto: Reprodução

A Semana do Pescado ocorre todo ano, sempre na primeira quinzena de setembro. A iniciativa tem como objetivo reunir toda a cadeia produtiva pesqueira e aquícola para incentivar o consumo de frutos do mar (peixes, moluscos e crustáceos) e criar uma segunda quaresma, de modo a movimentar a economia com mais uma temporada de pescados no ano. O evento pretende alcançar o País inteiro, envolvendo supermercados, feiras livres, restaurantes, pontos de atacado e varejo. Além disso, espaços gastronômicos serão abertos à população.

A organização

A iniciativa para realização da Semana do Pescado foi do extinto Ministério da Pesca e da Aquicultura. Neste ano, a organização ficou sob responsabilidade do próprio setor produtivo, com apoio de diversas instituições, inclusive a Associação Goiana de Supermercados (Agos) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Consumo de pescado

Os frutos do mar oferecem excelente valor nutricional, são saborosos, fazem parte de pratos típicos de diversas regiões brasileiras e são muito versáteis, podendo ser preparados, entre outras formas, cozidos, fritos, assados e grelhados. Na quaresma, os católicos, tradicionalmente, optam pela ingestão de peixes. Com isso, vemos que, além de rico em nutrientes e agradável ao paladar, o consumo de peixes é cultural.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para compor uma dieta saudável, a ingestão de proteína de pescados, incluindo crustáceos (camarões), moluscos (ostras e mexilhões), anfíbios (rãs), répteis (jacaré e tartarugas), equinodermos (ouriços e pepinos-do-mar) e outros animais aquáticos que servem de alimento deve ser de, no mínimo, 250 gramas semanais, de forma variada dividida entre duas refeições.

No Brasil, o consumo de peixes pela população é de aproximadamente 9 quilos por habitante anualmente, valor inferior ao recomendado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), de 12 quilos por pessoa por ano. Por outro lado, na região hidrográfica amazônica, o consumo de pescado pelas comunidades ribeirinhas está próximo de 150 quilos por ano por pessoa.

Em Goiás, a produção é de 15.306,1 toneladas. São 6.252 estabelecimentos produtores espalhados em 176 municípios goianos. Niquelândia ocupa o primeiro lugar e a tilápia representa 60% da produção aquícola do Estado, com 9.186,6 toneladas. Dessa forma, o Estado ocupa o 13ª lugar no ranking nacional.

Importância para a economia e geração de empregos

Em 2021, a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR) fez um levantamento que apontou dados do volume da produção de peixe no Brasil: foram 841.005 toneladas de peixe de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies) movimentando R$ 8 bilhões, com crescimento de 4,7% em relação a 2020. Em seis anos, a produção aquícola no Brasil (incluindo peixes, camarões, ostras, vieiras e mexilhões) acumula crescimento da produção de 45,4%.

A tilápia é a cadeia de piscicultura mais produzida, correspondendo a 63,5% da produção nacional de peixe. Segundo a PeixeBR, em 2021, foram produzidas 534.005 toneladas, um crescimento de 9,8% sobre 2020.

“A piscicultura representa a atividade de produção animal que mais cresce nos últimos anos. Obviamente que isso decorre do consumo ainda baixo (menos de 5 kg por habitante ao ano), mas também das características dos peixes de cultivo em termos de qualidade e segurança. A atividade é extremamente profissional, trabalha com boas práticas e utiliza modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos”, ressalta Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Segundo o presidente da Agos, Gilberto Soares, se a demanda de pescados for aumentada, a produção deve, consequentemente, crescer, estimulando a geração de empregos, renda e riqueza do Brasil.

Espaço para crescimento

O membro da Coordenação Nacional da 19ª edição da Semana do Pescado e presidente do Congresso Internacional do Peixe (IFC), Altemir Gregolin, diz acreditar no potencial de crescimento do pescado no Brasil. “Temos um potencial grande, porque é a proteína mais saudável, porque a gente está crescendo muito na organização da cadeia, tendo, portanto, mais competitividade. O setor está sendo mais eficiente, reduzindo custo da produção, reduzindo o preço final para o consumidor, aumentando a produção nacional. Então, o setor produtivo tem, cada vez mais, melhores preços, melhor qualidade.”

Semana do Pescado nas redes

No Instagram (@semanadopescado), organizadores do evento compartilham receitas de pescado, especialmente de tilápia, e curiosidades sobre as atividades de piscicultura e aquicultura.

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