Fila por transplante ultrapassa mil pessoas

Foram feitos 1.264 procedimentos durante o ano passado no Estado. Avanços acontecem desde 2015

Postado em: 15-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Foram feitos 1.264 procedimentos durante o ano passado no Estado. Avanços acontecem desde 2015

Wilton Morais*

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Dados da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) apontam que no ano passado foram realizadas, em 71 pessoas com diagnóstico de morte cerebral, captações de órgãos. Conforme os registros, em 2017, foram feitos 1.264 transplantes de órgãos e tecidos, incluindo as realizadas por meio de doações de pessoas vivas. De acordo com a SES, o Estado apresenta avanço na captação de órgãos desde 2015. 

No ano de 2016, por exemplo, o número de procedimento era de 48, dois a mais que em 2015. Enquanto no ano passado, o número foi elevado em 48%, sendo efetivada a doação de órgãos de 71 pessoas. Em 2015 a quantidade de transplantes que era de 949 passou para 1.007, em 2016, até atingir os 1.264 no ano passado. Apenas nos dois últimos anos, o avanço foi de 33%, nos registros de transplantes.

Para o secretário de saúde, Leonardo Vilela, os resultados consistem em reflexos das campanhas de sensibilização e da atualização continuada das equipes dos hospitais públicos, particulares e filantrópicos, responsáveis pelos procedimentos.

Espera 

Em todo o Estado, são mais de 1 mil pessoas na fila de espera por um órgão ou tecido. Em todo o País esse número é de 40 mil. A Central de Transplantes também divulgou que houve redução no número de receptores em lista aguardando por um transplante de córnea. Em janeiro de 2017, eram 676 pessoas na fila, enquanto em dezembro havia apenas 116. A pesar disso, o número de novas inscrições mensais permanecerem na mesma média.

Do efetivo número, apenas seis estavam ativos – aptos a realizar o transplante. Os demais listados no mês de dezembro estavam em situação de semiativo, que apesar de inscritos não estavam concorrendo ao tecido por algum motivo, como condições clínicas inadequadas para o procedimento, e exames pré-transplantes incompletos. Por estes motivos, desde novembro do ano passado, a Central oferece córneas para outros Estados.

Insatisfatório 

Apesar do crescimento no número de transplantes, a taxa de doadores por milhão de população (PMP) estabelecida pelo Sistema Nacional de Transplantes, em Goiás está abaixo do colocado – 16 doadores. O maior valor atingido foi em 2017, quando essa taxa, em Goiás, chegou a 10,7. Se considerarmos o crescimento do número de potenciais doadores no mesmo período, de 341 para 373, a taxa ainda é insatisfatória.

No mesmo ano, as negativas familiares ultrapassaram os 61% de todas as entrevistas realizadas. A pasta esclarece ainda que o motivo de desejar o corpo integro, se deve ao fato da doação não acontecer em vida, e a recusa pela demora no processo desde o diagnóstico da morte encefálica até a captação dos órgãos que são somatórias para as decisões mais recorrentes. Outro fator presente, é a recusa pela família ao não possuir conhecimento da vontade do ente falecido. As decisões são tomadas em família e são respeitadas.

A Central de Transplantes ressalta que está à disposição para compartilhar experiências, esclarecer incertezas e desfazer descrenças no processo. A abordagem da família nesse processo só acontece, por meio da Central, depois de constatada a morte de seu ente pela equipe do hospital. Esse processo de contato é feito ainda na unidade de saúde, no momento da comunicação do óbito pelo médico assistente. (*Especial para O Hoje). 

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