Valorização imobiliária em Goiânia tem alta de 13%

Capital superou a média em todo o país da alta dos preços dos imóveis nos primeiros seis meses do ano.

Postado em: 16-09-2022 às 07h30
Por: Luan Monteiro
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Capital superou a média em todo o país da alta dos preços dos imóveis nos primeiros seis meses do ano. | Foto: Reprodução

Entre as capitais brasileiras, Goiânia é a que mais tem se destacado no quesito valorização imobiliária. A Capital registrou, de janeiro a julho deste ano, alta de 12,95%, bem acima da média nacional, que atingiu o percentual de 3,5%, aponta levantamento realizado pelo Índice FipeZap, que monitora o preço dos imóveis residenciais e comerciais em 50 cidades do País, sendo 16 capitais. 

Contudo, a valorização na Capital não ficou restrita apenas aos seis primeiros meses de 2022. A mesma pesquisa mostra, ainda, que Goiânia teve, nos últimos 12 meses, a maior valorização da série histórica desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2014. 

“Neste período, a variação foi de 20,91% nos preços dos imóveis, enquanto a média nacional bateu apenas 6,29%. Apesar disso, a capital de Goiás ainda possui um dos valores mais baixos do metro quadrado entre as capitais. Em abril, a média do preço era de R$ 5,5 mil, o quinto menor índice entre as 16 capitais analisadas pelo FipeZap”, aponta a entidade. 

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De acordo com o especialista imobiliário Francisco de Paula, apesar do aumento de preços não ser algo bem recebido pelo consumidor, essas estatísticas representam um aspecto positivo para ele próprio. 

“Significa que o patrimônio de cada cidadão está valorizando, ou seja, o seu investimento, ainda que seja para moradia, é uma garantia de que as suas economias aplicadas estão acompanhando a evolução da economia”, explica Francisco.

Inflação e valorização

O estudo mostra que um dos principais fatores que contribuíram para a alta dos preços dos imóveis em todo o País foi em consequência do aumento dos preços dos materiais de construção civil. O crescimento, na maior parte do Brasil, não conseguiu absorver a inflação dos preços dos materiais da construção civil que aconteceu nos últimos meses.  

Em 2021, dentre todos os materiais utilizados pela construção civil, como matéria-prima, produtos como fios e cabos elétricos, chegaram a ter um aumento de 80% em relação ao início de 2020. Também sofreram alteração nos preços as estruturas metálicas, tubos e conexões, cimentos, pisos e materiais usados no acabamento das obras. “Os motivos para essa alta nos insumos também são inúmeros, mas atribuímos principalmente ao impacto do câmbio e como consequência da pandemia”, atribui Francisco.  

Valorização do patrimônio 

Na Capital, a realidade tem sido diferente nos últimos meses. Goiânia lidera o ranking entre todas as analisadas a ter alta real dos valores dos imóveis, ou seja, acima da inflação. Enquanto a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 foi de 10,97% e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) foi de 10,8%, a variação acumulada no preço dos imóveis em Goiânia de janeiro a julho foi de 12,95%, segundo a pesquisa do FipeZap. “O preço do imóvel absorveu os custos e, ainda, teve uma alta real. Essa alta real significa a valorização do patrimônio, o que todo comprador deseja”, completa o especialista imobiliário. 

Reflexos na economia

O especialista pontua que a construção civil tem papel importante no desenvolvimento econômico do país, quando o mercado está em ascensão. Isto porque precede a recuperação da economia. Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, tendo a indústria na dianteira (2,2%). A construção está dentro dessa categoria e cresceu 2,7%.

Além disso, a abertura de novos empregos também interfere neste processo. Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), no primeiro semestre do ano 184.748 novas ocupações formais foram criadas pelo setor da construção civil. O número é o maior para o período desde 2012, quando 205.907 novas oportunidades foram geradas. “A construção civil, por ser intensiva de mão de obra, muito pode contribuir para a geração de emprego e renda no País. Além de fortalecer a economia, o setor é também capaz de proporcionar desenvolvimento social”, avalia Francisco ao se referir aos números do PIB e CAGED. 

Este cenário também muda a realidade do mercado imobiliário goianiense, que está aos poucos se transformando, conforme ressalta Francisco. “Goiânia ainda é uma cidade considerada jovem, há muita área para incorporação, muita oferta de terreno. Sem dúvidas estamos vivendo um processo de expansão da capital. A cidade tem elevado muito o padrão das construções, lançando empreendimentos que não deixam a desejar em nada para nenhuma outra metrópole. Temos visto marcas de luxo assinando os projetos, além de arquitetos renomados e muita inovação e tecnologia”, finaliza ele.

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