Frente fria provoca chuvas isoladas em Goiás

A expectativa é que ocorram precipitações a partir desta quarta-feira.

Postado em: 20-09-2022 às 06h30
Por: Daniell Alves
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A expectativa é que ocorram precipitações a partir desta quarta-feira. | Foto: Reprodução

Após uma seca intensa, nova frente fria começa a romper a massa de ar seco e quente que impede a formação de nuvens e precipitações em Goiás. Segundo informações do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), nas próximas semanas já podem ocorrer chuvas isoladas em algumas regiões do Estado.

O gerente do Cimehgo, André Amorim, afirma que com “a reta final do inverno e a chegada da primavera, no próximo dia 22, os prognósticos apontam para a formação de uma nova frente fria vinda do Sul do País e que vai se deslocar pela região Sudeste. Ao se conectar com a umidade vinda da região Norte, deve formar um corredor de umidade que trará para o Estado de Goiás áreas de instabilidade”, relata o gerente.

No entanto, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) esclarece que nesse momento as precipitações devem ocorrer em menor quantidade. A expectativa é que comecem a partir de amanhã (21). “No cenário atual, para que haja precipitações é preciso que esta frente fria tenha força suficiente para quebrar a massa de ar seco e quente que cobre o Estado há mais de quatro meses”, alerta o órgão.

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De acordo com a previsão do Cimehgo, os maiores acúmulos na parte Centro-Sul de Goiás, com a possibilidade de até 20 milímetros em algumas cidades. Já no Norte goiano, onde a população sofre com incêndios florestais, clima seco e altas temperaturas, a situação só deve melhorar, de fato, na segunda quinzena do mês de outubro. 

La Niña

A seca severa que assola toda a região Centro-Oeste é consequência da La Niña, fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e que concentra os maiores volumes de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do País, com maior concentração no leste da Amazônia. Com isso, já são quase 130 dias sem ocorrência de chuvas na Grande Goiânia.

Precauções 

Como os estudos elaborados pelo Cimehgo datam a segunda quinzena de outubro para a ocorrência de chuvas em maior quantidade e frequência, a Semad alerta para que a população continue fazendo a sua parte quanto ao uso consciente da água e a proibição de uso de fogo na vegetação. Além dos impactos gerados pelas mudanças climáticas quanto à saúde humana, a grande preocupação é o risco de incêndios florestais. 

André Amorim explica que, nesta época do ano, a vegetação do bioma Cerrado funciona como excelente combustível. “Clima seco, altas temperaturas e baixa umidade geram um risco alto da ocorrência de focos de queimadas. Além das brigadas contratadas pela Semad, o trabalho preventivo tem início em janeiro, para que os incêndios atinjam menores proporções e não devastem o Cerrado goiano”, aponta. Em 2021, por exemplo, houve redução de mais de 80% dos incêndios florestais em parques sob a gestão do Estado. 

Problemas de saúde

O tempo seco e as altas temperaturas, características desta época do ano nas cidades goianas, também podem causar ou agravar problemas de saúde como doenças de pele e infecções respiratórias. De acordo com a pediatra Maysa Carvalho, o clima seco é irritativo para as vias aéreas de adultos e crianças por conta da baixa umidade, agravada pelo acúmulo de poluição e poeira no ar. 

Além disso, aqueles que já têm alguma doença alérgica, como rinite ou asma, precisam redobrar os cuidados. A principal orientação é aumentar a ingestão de líquidos para reforçar a hidratação.

“As vias aéreas ficam com o muco ressecado e, sem a sua proteção, aumentam as chances de infecção respiratória”. A pediatra cita cuidados que contribuem para a redução do desconforto e risco de infecções virais. “É preciso ingerir bastante líquido e evitar fazer atividades físicas no horário entre 11h e 16h. É essencial umedecer as narinas, pode ser com soro fisiológico ou fazendo a lavagem nasal”, orienta a médica.

Na tentativa de deixar o ambiente mais úmido, pode-se utilizar toalhas molhadas, umidificadores ou até mesmo deixar uma bacia com água no quarto. “Isso ajuda a reduzir os efeitos negativos da baixa umidade”, explica Maysa. (Especial para O Hoje).

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