Médico preso após denúncias de abuso não tem registro como ginecologista

De acordo com informações do sistema de consulta pública do órgão, ele está registrado somente como clínico geral

Postado em: 25-01-2018 às 08h35
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com informações do sistema de consulta pública do órgão, ele está registrado somente como clínico geral

*Gabriel Araújo 

O médico ginecologista Joaquim de Souza Lima Neto, de 58 anos, suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante exames, não tem registro profissional de especialista em ginecologia no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). 

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De acordo com informações do sistema de consulta pública do órgão, ele está registrado somente como clínico geral. Joaquim está preso preventivamente desde a última terça-feira (23) na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), no Centro da Capital.

Segundo o presidente do Conselho, Leonardo Reis, o fato será investigado e o médico será convocado para prestar esclarecimentos. “Ele não tem registro. Ele é credenciado como médico, mas não tem nenhuma especialidade cadastrada. O fato dele não ser credenciado não significa que ele não possa atuar nesta área, ou não tenha formação, isso será apurado pelo Conselho”, completou o presidente.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Elisa Gomes, titular da Delegacia da Mulher, apesar de já ter sido condenado pela mesma prática em 2015 e receber como pena multa de R$ 5 mil, além de três anos de prisão, convertidos em serviços comunitários, o médico recorreu e ainda aguarda o julgamento do recurso em liberdade. “Em 2014 a nossa delegacia apurou a denúncia de uma paciente que foi vítima da mesma forma de abuso. Agora, com o surgimento destes três novos casos, mesmo o processo anterior ainda estando em curso, pedimos pela prisão”, concluiu.

Leonardo ainda informou que, na época da primeira condenação, foi aberta uma investigação para apurar a conduta do profissional, mas o procedimento não teve conclusão.  “Diante dos novos fatos, outra investigação será empreendida, faremos novas diligências, novo procedimento será instaurado, podendo gerar um processo ético profissional e culminar, se restar comprovado o ilícito, em uma penalidade que pode gerar, inclusive, cassação do registro profissional”, afirmou.

A delegada indica que outras vítimas procurarem a Deam para denunciá-lo nos próximos dias. “Elas precisam vir até a delegacia para registrar ocorrência e fazer o reconhecimento ou não do médico”, completou. Joaquim de Souza Lima Neto deve responder pelo crime de violação sexual mediante fraude e, se condenado, poderá pegar de 2 à 5 anos de reclusão. 

Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian. (Foto: Reprodução)

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