Micro e pequenas empresas geram 72% dos empregos no país

Os pequenos negócios no país contabilizam 18,5 milhões, sendo 11,5 milhões de microempreendedores

Postado em: 06-10-2022 às 09h00
Por: Sabrina Vilela
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Os pequenos negócios no país contabilizam 18,5 milhões, sendo 11,5 milhões de microempreendedores | Foto: Arquivo Pessoal

As micro e pequenas empresas brasileiras são campeãs na geração de emprego no país. Ao menos 72% dos empregos no primeiro semestre deste ano foram gerados dentro dos pequenos negócios. 30% do Produto Interno Bruto (PIB) foi gerado pelas quase 19 milhões de empresas deste porte. As pequenas empresas representam também 99% de todas as empresas do Brasil. 

Os pequenos negócios no país geraram ainda 18,5 milhões, sendo 11,5 milhões de microempreendedores com receita bruta anual de até R$ 81 mil. Também são 6 milhões de microempreendedores e milhão de empresas de pequeno porte de receita bruta anual de R$ 360 mil a R$  4,8 milhões. 

Apesar do crescimento em Goiás, a região Centro-Oeste não está em uma boa posição no que se refere a quantidade de empreendedores. Em primeiro está a região Sudeste com 51%, seguido da Sul com 19%, depois Nordeste com 17%, Centro-Oeste com 9% e Norte com 5%. 

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Com relação ao tipo de atividade, o segmento de serviço é o maior com 9,1 milhões de cadastros, comércio com 6,1 milhões de pequenos negócios e a indústria contabiliza 1,8 milhão de empresas. 

Coragem para começar 

Empreendedora Milena Santana,19, deu início ao negócio na área de vestuário em abril de 2022. Mas a ideia surgiu em junho de 2020 quando ela resolveu se casar.  “Nessa época eu e meu  esposo estávamos só à procura de uma renda extra, mas com tempo foi se tornando como objetivo ter o nosso próprio negócio”. 

Milena levou dois anos até conseguir validar o negócio. Nesse tempo ela e o marido, Bruno Santana, se dedicaram aos estudos do nicho que iriam atuar e onde seria feita a  divulgação. Para eles, um dos maiores desafios foi conseguir o capital inicial, mas com a ajuda de créditos o casal abriu as portas do próprio negócio. Outro desafio enfrentado por eles foi conciliar o tempo, pois trabalhavam em outros empregos. 

Mesmo com apenas seis meses, a empresa voltada para blusas e croppeds já conseguiu recuperar o dinheiro investido. “Uma das maiores conquistas é já ter clientes fixos e vendas todos os dias. Nossas metas são em termos uma estrutura maior, ter uma loja física e ajudar outras pessoas com oportunidades de emprego em nossa empresa”, aponta. 

Serviço

Quem também não perdeu a oportunidade foi a manicure Stefany Maisa de Melo, 27, e a contadora Ludmila Rodrigues de Oliveira, 30. Elas abriram um estúdio de beleza no final do mês de julho de 2022. Elas reuniram coragem e saíram da empresa onde trabalhavam.

“Eu era cliente da Stefany em uma outra esmalteria e conversamos sobre montar algo. Ela disse que estava querendo sair de onde ela estava, e que depois conversávamos. Na terça- feira da semana seguinte, ela me mandou mensagem dizendo que havia saído da esmaltaria onde estava, e foi onde sentamos e começamos a planejar como seria o nosso empreendimento”, relembra Ludmila.

Stefany e Ludmila levaram dois meses para abrir as portas do novo empreendimento. Foram 15 dias de planejamento para encontrar o local onde seria o estúdio. “A localização foi primordial para o engajamento, fica em uma avenida quase em frente a um supermercado e próximo a praça da feira no parque Amazônia”.

Os maiores obstáculos foram começar do zero, conquistar clientes e fazer o estúdio em que trabalham. Apesar de ainda não terem recuperado o valor inicial investido, a expectativa é que consigam isso em pelo menos um ano. 

“Fazer a inauguração foi uma grande conquista diante de toda dificuldade que tivemos, e hoje conquistamos clientes com bom atendimento. Receber feedback positivo é gratificante”. As metas delas são de atender com uma equipe maior em uma sala com mais espaço e abrir uma filial.

Conquistas

Presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), Euclides Barbo Siqueira, destaca que o aumento de empresas de Goiás se deve também ao estado ser o segundo polo de roupas no Brasil. Ele afirma que  o ramo fomenta as cidades como um todo porque são várias cidades que alimentam a região da 44. 

“As empresas ajudam no próprio investimento, criação de empregos para rodar a economia, o que gera novos empregos e novas empresas. Algo que também fomenta a economia é o agronegócio que cria vários negócios. Foram abertas em 2022 também 1168 empresas com capital social acima de 500 mil reais, ou seja, as médias e grandes empresas estão vindo para Goiás também”, destaca. 

As mulheres são protagonistas no empreendedorismo, e segundo Siqueira, de janeiro a setembro deste ano cerca de 1042 mulheres abriram empresas em Goiás e isso resulta em uma média de mil empresas comandadas por mulheres por mês. “Essas empresas tendem a durar mais no mercado. 31% das empresas abertas em Goiás neste ano foram na Capital e isso fomenta ainda mais a criação de empresas na região metropolitana”, finaliza. (Especial para O Hoje)

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