Banco de sangue está com 10% da capacidade

Hemocentro está com déficit na quantidade de bolsas. Diretor afirma que doador se afasta dos locais de doação em determinados períodos do ano

Postado em: 27-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Hemocentro está com déficit na quantidade de bolsas. Diretor afirma que doador se afasta dos locais de doação em determinados períodos do ano

Marcus Vinícius Beck*

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O diretor administrativo do Hemocentro Estadual de Goiás, Arione de Paula, disse ontem que o banco de sangue da unidade está com apenas 10% de sua capacidade. Em declaração ao jornal O Hoje, ele afirmou que o déficit sempre aumenta neste período do ano por conta da ausência do doador. No momento, o hemocentro conta com 100 bolsas em estoque, mas sua capacidade é de que 1,8 mil. “Em janeiro, o índice de acidentes é alto, porém o problema é que o doador se afasta do hemocentro nos últimos meses do ano”, diz. 

Em média, os hemocentros de Goiânia atendem por mês mais de 2 mil candidatos à doação de sangue. O Hoje mostrou em novembro do ano passado que a Capital recebe 120 candidatos para a doação, e a média diária de 90 bolsas coletadas. Mas para doar sangue é preciso passar por uma entrevista com Assistente Social para evitar possíveis contaminações. No ano passado foram registrados 24.650 candidatos à doação de sangue e 18.348 bolsas coletadas. 

A doação de sangue, de acordo com Arione, é fundamental para que outras vidas sejam preservadas. “É preciso que as pessoas tenham em mente a importância de se doar sangue”, afirma. Os requisitos para se tornar um doador é ter boas condições de saúde, ter peso mínimo de 50 kg, ter dormido pelo menos 6 horas no dia que antecedeu a doação e evitar alimentações gordurosas. Quem tem Malária ou Sífilis, e é usuário de drogas não pode ser doador. 

Coordenadora da Coleta de Sangue do Hemocentro Estadual de Goiás, a enfermeira Jaciane Soares de Sá explicou que o governo por meio dos veículos de comunicação procura conscientizar a população acerca da importância de se tornar um doador. De acordo com ela, o importante é assegurar o abastecimento do hemocentro. “O sangue será utilizado em transfusões de pacientes vítimas de acidentes de trânsito, pacientes com leucemias, portadores de hemolifia e coagulopatias e outros casos”, afirma. 

Nacional

Mesmo diante da importância de se doar sangue, apenas 2% da população mundial já encarou uma agulha alguma vez na vida. Para efeito de comparação, o número de doadores regulares aumentou no país nos últimos anos, mas ainda está aquém do ideal. Segundo o Portal Brasil, a taxa de doação para cada mil habitantes no Brasil foi de 18,49%. Entre 2013 e 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou aumento de 4,5% nas coletas de bolsas de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões. 

Mas o preconceito também impede que algumas pessoas possam se tornar doadores. Em outubro, a Anvisa e o Ministério da Saúde proibiram que o público LGBT doasse sangue caso tivessem alguma relação sexual nos últimos doze meses. Na ocasião, o ministro Ricardo Barros afirmou que eles podem pôr em risco a saúde pública. Por conta das críticas, o ministro disse que estudava a possibilidade de levar o assunto à OMS. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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