Polo de confecção é destaque nacional

Produção e vendas garantem movimentação financeira e geração de empregos. Comércio se destaca há 20 anos no Estado

Postado em: 29-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Produção e vendas garantem movimentação financeira e geração de empregos. Comércio se destaca há 20 anos no Estado

Wilton Morais*


De acordo com o Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia (Sinroupas) há 2,2 mil indústrias de confecção em funcionamento de forma legalizada em Goiânia, outras seis mil indústrias do ramo são clandestinas. Independente de como sejam, as mais de oito mil indústrias de confecção são responsáveis por movimentar o polo goiano, que desde 1996 atrai compradores de todo o país e até do exterior. O empresário Ilson Soares da Silva está no mercado há 18 anos e aproveitou o tempo bom para as vendas “praticamente desde o início do crescimento”. Especificamente com roupas masculinas, Ilson trabalha com jeans, camisas e camisetas.

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“Atualmente abranjo os quatros cantos do Brasil estou em Goiânia, mas mando para o Tocantins, Belém e Manaus. As vendas são consolidadas aqui na Capital, quando atendo pessoas de outros lugares, que vem com seu carro ou excursões. Ou seja, o maior ponto de vendas é na minha loja”, analisou o empresário. 


Destino

O presidente do Sinroupas, Edilson Borges de Sousa, explica que em termos de indústria, Goiás se posiciona em terceiro ou quarto lugar de destaque nacional. Edilson explica que 90% da produção são destinadas para outros Estados. “O pessoal chega do nordeste para comprar tecidos e aviamentos, e deixam de ir até São Paulo, para vir direto em Goiânia”, assegurou. 

As regiões que mais recebem a mercadoria goiana são Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. “Vendemos para São Paulo, Tocantins, Pará, e a mercadoria é toda produzida aqui em Goiânia. Para o exterior, a exportação ainda possui pouca cultura. A indústria tem conseguido vender tudo internamente. Mas há algumas que exportam em pequenas quantidades, pelo correios”, avaliou.  


Segmento perdura há mais de 20 anos em Goiânia 

O Polo Goiano de confecção teve sua origem no ano de 1996, conforme explica o presidente do Sinroupas. Desde aquela época, as lojas apareciam no cenário nacional. “Por meio da feira Goiás e Verão, que teve 12 edições, surgiu o nome da indústria de confecção goiana. Antes disso, não aparecíamos no ranking nacional. Após a feira, Goiás começou a receber visitas nacionais no ramo. De lá para cá, chegamos a ser o terceiro em nível de indústria”, considerou. 

Com o fim da feira Goiás e Verão, houve redução nas visitas ao mercado, por parte de compradores do país. Mas em seguida, a criação de polos como na Av. Bernardo Sayão, Av. 85 e Região da 44 garantiram a sobrevivência do mercado, com produções próprias. “O primeiro polo de venda de roupas foi na Avenida T-2, após Avenida 85 – que por motivos de aluguel e estacionamento foi transferido para a Bernado Sayão. E atualmente o último polo tem migrado para a Região da 44, que é o segundo maior polo atacadista do Brasil”.

Conforme Edilson Borges, o polo de confecções além de abastecer as lojas e feiras de roupas do Estado, também são responsáveis por grande parte da geração de empregos, formais e informais. “Somos o maior empregador de mão de obra do Estado de Goiás. Não há como prevenir valores para a movimentação desse mercado”. 

Edilson enaltece o mercado de indústria e vendas. “Em termos de atacado somos o segundo polo de confecção do Brasil. Apenas na Região da 44 há 9 mil pontos de vendas. Então hoje perdemos apenas para São Paulo”. Mas ele adverte sobre a problemática do mercado clandestino. “70% da Região da 44 são de industria clandestinas, sem inscrição estadual”.


Produção

Apesar da elevada produção, o mercado de confecções sofre variações constantes, o que pode ser um empecilho para novos comerciantes e produtores. “Hoje não é tão vantajoso trabalhar com a produção própria. Isso depende de alguns aspectos, por exemplo, eu estou mudando a minha forma de pensar. A mão de obra está difícil. O pessoal quer salário, mas nem sempre quer trabalhar. Hoje eu digo que para aqueles que estão começando terceirizar pode ser a melhor forma de negócio. Assim não há vinculo trabalhista com o funcionário, porque o comércio depende de vendas”, ponderou o empresário Ilson Soares.  


Região da 44 movimenta R$ 570 milhões por mês na economia 

A Associação Empresarial da Região 44 (AER-44) estima que as vendas do polo giram em torno de R$ 570 milhões, todos os meses. Mas esse número é elevado, em épocas como de fim de ano. A movimentação da região, de 2016 para o ano passado, por exemplo, dobrou. Comparado meses de dezembro, as a renda aumentou 59,14%. Em dezembro de 2017 foi movimentado R$ 1.629.081, enquanto no mesmo mês de 2016 as vendas foram de apenas R$ 1.023.646.

Comparado os meses de outubro a dezembro, de ambos os anos, em 2017 a movimentação foi de R$ 3.673.978; diante apenas R$ 2.280.731 em movimentação no ano de 2016. Esse aumento representou para a região crescimento de 61%.

De acordo com a ERA-44, 45% dos compradores que frequentam a Região da 44 são de Estados do Centro-Oeste e outros 45% são do Sudeste e do Norte do País, especialmente do interior de Minas Gerais e dos estado do Tocantins e Maranhão. Atualmente, apesar do trânsito de veículos na região ter se tornado um dos piores da cidade, a região tem um potencial de mercado grande para ser conquistado no sul do Brasil, que hoje representa 4% dos turistas de compras que frequentam a Região e também do Nordeste, de onde vem 6% desses turistas.

Apesar disso, o empresário Ilson Soares conta que a abertura de novas lojas no ramo tem dividido a clientela, com o passar dos anos, aumentando a concorrência. Para o empresário, mesmo com o atual cenário é preciso trabalhar. “As pessoas falam em crise. Mas eu falo em Cristo. Então acredito que em 2018 seja melhor que 2017. Esse ‘oba oba’ deve passar, na política. O pessoal está vendo que é preciso voltar a trabalhar”, assegurou. (*Especial para o Hoje) 

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