Bombeiros resgatam mais de 7 mil animais em Goiás

Deste número, 60% são considerados animais selvagens que escaparam de seu habitat natural. Dados foram divulgados pelo Corpo de Bombeiros

Postado em: 29-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Deste número, 60% são considerados animais selvagens que escaparam de seu habitat natural. Dados foram divulgados pelo Corpo de Bombeiros

Marcus Vinícius Beck*

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O número de animais resgatados no último ano chegou a 7,2 mil em Goiás. Desta quantia, 60% são espécies tidas como selvagens e que escaparam de seu habitat natural. Os dados são do Corpo de Bombeiros, responsável por realizar a maior parte dos resgates de bichos que aparecem próximos à cidade ou dentro de casas, condomínios e vias urbanas. No início do mês, uma onça pintada gerou medo na população das imediações do morro do mendanha, quando foi capturada pelo Ibama após escapar em fevereiro de 2017. 

A onça pintada foi considerada raridade entre os animais resgatados e, para seu resgate, profissionais do Ibama tiveram de entrar em ação, sedando-a e levando-a ao zoológico. Biólogos afirmam que mamíferos carnívoros de grande porte, apesar de serem encontrados no Cerrado, costumam viver nas matas. As espécies resgatadas com mais freqüência são aves, serpentes e pequenos mamíferos. Em Goiânia, de acordo com levantamento da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), mais de 80 espécies diferentes de aves podem ser encontradas. 

Regaste

Sempre que um animal silvestre está machucado, doente e com sinais de risco para si e para os seres humanos, ele tem de ser resgatado. Nestes casos, a AMMA ou o Corpo de Bombeiros fazem o papel de levá-los para um local apropriado para tratamento, encaminhando a espécie para o Centro de triagem de animais silvestres (Cetas), do IBAMA. Em seguida, dependendo de sua situação, o bicho retorna à natureza.

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Favaro, ao entrar para a corporação é necessário que o profissional saiba lidar com animais de variados portes e saber como proceder para salvá-lo, caso seja necessário. “Temos equipamentos para realizar o salvamento”, diz ele, acrescentando que o uso de sedativo é para situações em que não há outra escolha. “Quando o bicho está em risco e coloca sua vida e das pessoas ao seu redor”. 

Ele ainda disse que, quando um animal não está tão machucado e nem oferece tanto perigo, sua soltura é feita em áreas específicas que não sejam de preservação ambiental. Mas em circunstâncias mais delicadas, eles precisam ser levados, seja pelas equipes dos bombeiros ou da Amma, para o Cetas. Lá, depois de uma avaliação e período de quarentena, é definida a soltura deles à natureza. 

Controvérsia

Um projeto de lei que está em trâmite na Câmara dos Deputados provocou polêmica entre setores ligados aos direitos dos animais. A proposta garante uma série de situações junto às autoridades ambientais. Será possível, de acordo com o texto da proposta, a criação de reservas para a prática de caça desportiva. Em sua defesa, o autor disse que as mudanças não ganham sustentabilidade por conta do perigo que algumas espécies podem causas às pessoas e à agropecuária do Brasil. 

Por outro lado, entidade de proteção animal e do meio ambiente salientam que essa nova legislação representaria uma ameaça às espécies encontradas no Brasil. “É um retrocesso descabido. O texto libera o abate de animais em situação de ameaça comprovada à agropecuária”, diz o coordenador de políticas públicas do Greenpeace no Brasil, Márcio Astrini. A caça é proibida no Brasil por meio de lei datada de 1967, mas que sofreu algumas alterações ao longo do tempo. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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