Por dia, 8 são flagrados dirigindo bêbados

Nos últimos doze meses, foram flagrados 3.098 motoristas dirigindo bêbados. Número é menor que o registrado em 2016, mas ainda assim motoristas insistem em pegar o carro embriagados

Postado em: 30-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nos últimos doze meses, foram flagrados 3.098 motoristas dirigindo bêbados. Número é menor que o registrado em 2016, mas ainda assim motoristas insistem em pegar o carro embriagados

Marcus Vinícius Beck*


Durante o ano passado, o número de motoristas que foram flagrados dirigindo embriagados foi superior a oito por dia em Goiás. No total, foram 3.098 motoristas flagrados em blitzem por estarem bêbados. Enquanto em 2016 o número chegou a 3.569. Em decorrência da combinação álcool e direção, acidentes com vítimas fatais não são algo fora do comum, e acabam sendo recorrentes nas ruas de cidades e estradas goianas.

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Caso seja comprovado por meio do teste do bafômetro que houve ingestão de bebidas alcoólicas, o motorista poderá pagar multa de R$ 2.934, ter suspenso o direito de dirigir e responder criminalmente por homicídio com dolo eventual (com pena de 6 a 20 anos) e culposo (com pena de 2 a 4 anos). Em caso de reincidência por parte do condutor, a carteira de habilitação é cassada. A quantidade de punições é extensa, e parece não provocar quaisquer temores nos motoristas que infringem a Lei Seca. 

Já se a pessoa flagrada tiver mais de 0.3 miligramas de álcool por litro de ar expelido, está previsto detenção de seis meses a um ano. No Congresso Nacional, há um projeto de lei que propõe a tipificação do crime e a fixação de pena de 5 a 8 anos de prisão. Mesmo sendo ciente das punições, motoristas ouvidos pela reportagem de O Hoje não tiveram receio em confessar que ingerem bebidas alcoólicas e depois pegam o carro. 


Uma cerveja

Fã de uma cerveja com amigos, o estudante universitário Victor Alves Haine, 22, disse que anda de carro após beber, mas evita percorrer vários quilômetros”. Ao ser questionado pela reportagem acerca dos problemas que seu hábito podem causar, ele respondeu que “existem pessoas que conseguem tranquilamente beber e dirigir bem”. De acordo com ele, que foi ouvido pela reportagem no ano passado e confessou o hábito de beber e dirigir, “seria hipócrita se não admitisse que dirijo bêbado”. 

A funcionária pública Helena Di Lorenza, 20, também dirige após consumir bebidas alcoólicas. Em depoimento ao jornal O Hoje em agosto do ano passado, ela afirmou que “se a Lei Seca cumprir o papel que está disposta, muitas coisa pode mudar”. Contudo, a funcionária pública criticou o papel exercido pela legislação, e disse que “as blitzem, muitas vezes, servem apenas para aplicar uma peneira de multas”. 


Lei seca

Em entrevista à reportagem em agosto, a psicóloga de trânsito, Dalva de Jeses Cutrim Machado, afirmou que a medida contribui para que o motorista tenha conscientização de que não poderá guiar seu carro após ingerir bebida alcoólica. “É importância fazer um pacto com programas que possam incluir de modo a conscientizar os condutores quando aos riscos de se beber e dirigir”, afirmou.  (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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