Hospital de Aparecida segue fechado

Falta de parceria com o Governo Federal é o maior problema. Abandono deixa população desacreditada

Postado em: 30-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Falta de parceria com o Governo Federal é o maior problema. Abandono deixa população desacreditada

Wilton Morais* 

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Apesar de toda a estrutura física já pronta, o ano de 2018 se iniciou com o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) parado. A espera por parte da população já dura mais de um ano. “Acho difícil que esse Hospital comece a funcionar ainda esse ano”, considerou o pedreiro Walmirlando Viana Carreiro, já desacreditado. 

“Minha mãe precisa desse hospital, meus filhos também. O governo só engana, dizem uma e outra coisa, mas ainda tem muito que ser feito nesse hospital. Eu tenho que ir ao Cais Nova Era, sem o funcionamento do Hospital”, disse Walmirlando. 

Sem datas para a inauguração completa do Hospital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ressalta que a unidade será inaugurada por etapas, na qual em sua primeira fase é previsto 60 leitos clínicos e 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Do lado de trás do hospital tem até lugar para descer helicóptero. Está tudo pronto, mas não funciona nada. Falam que vão ter esse tanto de leitos e UTIs, mas não creio. Falta ser feito muita coisa”, destacou o pedreiro. 

Promessa

Em junho do ano passado, o Ministro da Saúde Ricardo Barros anunciou a liberação dos R$ 18 milhões para a compra dos equipamentos referentes à primeira etapa do Hospital Municipal, que seriam pagos em duas parcelas. Mesmo após sete meses, a Saúde de Aparecida ainda não terminou os trabalhos para inaugurar a primeira etapa do Hospital. 

O primeiro repasse foi no valor de R$ 9,8 milhões, pagos ainda em julho do ano passado. Já em setembro, o compromisso do Ministério da Saúde foi reafirmado, para a segunda parte do recurso. Mas desde então nada foi creditado, e a Secretaria Municipal de Saúde continua a aguardar o repasse para realizar o processo licitatório para a compra dos equipamentos.

“Tomara que seja inaugurado até o fim do ano. A população está desamparada”, disse Walmirlando Viana. Enquanto isso, a Prefeitura de Aparecida segue em busca de parcerias há quase seis meses para garantir a abertura do Hospital, em um processo com poucos avanços. “Em uma obra desse porte, e que beneficia todo o Estado de Goiás, o município arca com uma parte do custeio e precisa das contrapartidas dos governos federal e estadual. Ainda para o funcionamento do Hospital é necessário processo para parceria de gestão da unidade, que está em andamento”, informava nota da pasta, divulgada no final do ano passado.

Ao todo, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia possui 21 mil metros quadrados, sendo seis blocos, que incluem pediatria, geriatria, dois para clínica médica e dois para pós-cirurgia. O prédio abriga ainda 220 leitos, sendo 90 leitos clínicos, 60 leitos cirúrgicos, 20 leitos pediátricos, 30 leitos de UTIs, 10 leitos de recuperação anestésica e 10 leitos de reanimação e observação. A unidade fica na Avenida V-5, áreas 01 a 04, no setor Cidade Vera Cruz. A obra foi orçada em cerca de R$ 64 milhões.  

Unidade oncológica deve ser implantada em Aparecida 

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) estuda implantar uma unidade oncológica na cidade de Aparecida de Goiânia. A unidade deve atender a população local e dos municípios pactuados. O pedido foi realizado pelo prefeito da cidade, Gustavo Mendanha, para a SES-GO no ano passado, e desde então a questão segue em analise.

De acordo com a SES, existe a possibilidade do centro de atendimento ser estruturado no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). Está unidade passa por mudanças em seu perfil e efetivação de algumas adequações na estrutura do hospital. Apesar disso, a mudança só poderá ser concretizada a partir do funcionamento pleno do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia, que deve acolher grande parte da demanda do Huapa.

Na semana passada, o secretário em exercício da SES, Deusdedith Vaz, reuniu-se com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, com o secretário da Saúde do município, Edgar Tollini, e com o diretor do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde, Fernando Machado, para discutir o assunto.

Mmais uma vez a população depende da estruturação e inauguração do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia, para que aconteçam melhoras na Saúde do município. A reportagem do O Hoje telefonou para a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta edição a reportagem não conseguiu contato com o órgão, para prestar esclarecimentos quanto aos próximos passos para a inauguração do Hospital. (*Especial para o Hoje) 

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