Goiás é o 8º maior produtor de cachaças do país

Em 2021, a cachaça brasileira foi exportada para 67 países, sendo o Paraguai e a Alemanha os principais destinos

Postado em: 15-10-2022 às 08h15
Por: Ícaro Gonçalves
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Em 2021, a cachaça brasileira foi exportada para 67 países, sendo o Paraguai e a Alemanha os principais destinos. | Foto: Reprodução

O número de municípios brasileiros com pelo menos uma cachaçaria registrada cresceu no ano de 2021. É o que mostra o Anuário da Cachaça 2021, divulgado nesta quinta-feira (13/10) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Segundo o levantamento, a quantidade de municípios passou de 586 em 2020, para 611 em 2021.

Apesar do aumento no número de municípios, o documento relata a diminuição de 2% na quantidade de estabelecimentos produtores de cachaça registrados em 2020, quando haviam 955 produtores frente aos 936 estabelecimentos registrados no ano passado.

“Se avaliarmos desde 2018, primeiro ano da publicação do anuário, o número de estabelecimentos produtores de cachaça mostra uma leve oscilação ao redor de 943 estabelecimentos. Nesses últimos 4 anos, o único aumento de estabelecimentos registrados se deu de 2019 para 2020, quando passou de 894 estabelecimentos para 955, o que representou um crescimento de 6,8%”, destaca o diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo.

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A Região Sudeste domina a produção de cachaça, com 620 cachaçarias que representam 66,2% do total no país. Em seguida vem o Sul com 138, Nordeste com 130, Centro-Oeste com 39 e o Norte com nove estabelecimentos.

Entre as 10 unidades da federação com o maior número de cachaçarias registradas, Goiás aparece em 8º lugar. O estado é o maior produtor do Centro-Oeste, com 31 destilarias formais, seguido por Mato Grosso, com cinco; Distrito Federal, com duas e Mato Grosso do Sul, com uma destilaria.

Mercado goiano

Adalberto Silva é empresário e atua há seis anos no mercado de cachaças. Ele é dono da marca Paixão Goiana, cachaça produzida no município de Alexânia e que conta com loja em Goiânia. A marca é produzida em duas opções: envelhecida por dois anos em tonéis de carvalho europeu ou em tonéis de amburana. Ao jornal O Hoje, Adalberto conta que começou sua carreira no mercado como representante da Associação Goiana de Produtores de Cachaça de Alambique. Após o auge da pandemia com e a ascensão das vendas, ele decidiu empreender na área.

Segundo o empresário, o estado de Goiás possui mais de 1.500 alambiques informais, mas apenas uma minoria consegue registro no Ministério da Agricultura, entrando no mercado formal. Para Adalberto, o maior empecilho para o crescimento do setor em Goiás é a alta carga tributária.

“Para melhorar a venda de bebidas destiladas no estado, o que mais nos impede são as questões tributárias. Nós temos uma dificuldade muito grande com os custos elevados dos impostos. Além disso, as exigências do Ministério para que um alambique se formalize são muito extensas. Como a grande maioria desses alambiques do estado são oriundos de herança de família, tudo ainda é muito rústico, e logo, muitos desses alambiques não tem condições de atender as exigências da Vigilância Sanitária e se formalizar”, afirmou.

Apesar das dificuldades, o mercado nacional tem registrado números animadores. A exportação brasileira de cachaça cresceu 29,5% no volume exportado (7.221.219 litros) e 38,4% no montante de exportações (US$ 13.178.050) de 2020 para 2021.

No ano passado, a cachaça foi exportada para 67 países, sendo o Paraguai e a Alemanha os principais destinos. Destaca-se também a Europa, com sete países entre os dez principais parceiros econômicos na compra de cachaça. O continente foi responsável por um mercado de US$ 6.238.439. A cachaça é um produto típico brasileiro, por isso não há importação deste produto.
Anuário

Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, o anuário é importante para ajudar a estruturar a cadeia da bebida. “Essa cadeia, que é tão antiga, carecia de uma estruturação. Não há setor que avance se não houver uma organização”, disse. Ele também destacou a importância de ampliar o reconhecimento internacional da cachaça. “É inadmissível termos um produto tão genuíno brasileiro e não conseguirmos mostrar isso ao mundo”.

O Anuário da Cachaça foi divulgado em evento organizado pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), com o apoio do Mapa, em parceria com a GS1 Brasil.

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