Fiscais cobravam R$ 6 mil de propina

Ação apura fraudes em fiscalizações de postos de combustíveis. Fiscais do Inmetro são acusados de receber propina para omitir adulteração na venda de combustível

Postado em: 07-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ação apura fraudes em fiscalizações de postos de combustíveis. Fiscais do Inmetro são acusados de receber propina para omitir adulteração na venda de combustível

Gabriel Araújo*


As polícias Federal e Civil realizaram, na manhã desta terça-feira (06), ação para combater crimes de corrupção no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de Goiás. Segundo a PF, as investigações apontaram que os fiscais, ao encontrar irregularidades, cobravam de R$ 200 a R$ 6 mil para omitir as informações dos órgãos responsáveis.

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Para a Operação foram expedidos 17 mandados de prisão, quatro de responsabilidade da Justiça Federal e 13 da Justiça Estadual. Foram alvos de investigações fiscais do instituto, donos de postos e mecânicos de bombas de combustíveis.

De acordo com a Polícia Federal, os profissionais responsáveis pela fiscalização de postos recebiam propina para omitir a adulteração nas bombas de combustíveis, o que levava clientes a pagar mais do que realmente estava sendo consumido.

A operação, denominada Fiel da Balança, ocorreu nas cidades de Inhumas, Caturaí, Pires do Rio, Caldas Novas e Aparecida de Goiânia, além da Capital e contou com cerca de 60 policiais da Polícia Federal e Civil. Os presos da operação foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Goiás, no Setor Belo Vista, em Goiânia.


Inmetro

O Inmetro respondeu, em nota, que os funcionários citados pela investigação serão afastados de seus cargos. O órgão ainda afirmou, “o Inmetro está sempre em consonância com o trabalho da Polícia Federal, respeita as decisões da Justiça e fiscaliza fora e dentro da instituição”.

Ainda segundo a PF, os investigados eram responsáveis pela realização de testes de volumetria nos bicos das bombas de combustível dos postos para evitar adulterações e consequentes prejuízos aos consumidores. No entanto, a investigação constatou que, além de receber propina para fazer vista grossa na fiscalização, os servidores realizavam inspeções em outros estabelecimentos a mando de donos de postos, para dificultar a concorrência.


Desdobramentos

De acordo com a Polícia Federal, a ação realizada nesta terça-feira (06) é um desdobramento da operação Pesos & Medidas. Realizada em outubro do ano passado, a ação conjunta da PF com o Ministério Público de Federal (MPF) cumpriu dez mandados de prisão nas cidades de Goiânia, Anápolis, Luziânia e Brasília.

As investigações, que começaram de 2015, apuraram que fiscais do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de Goiás, recebiam propina de empresários durante a fiscalização em postos de combustíveis no estado. 

De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), com a fiscalização irregular, os postos vendiam combustíveis em uma quantidade menor que a paga pelo consumidor.

Dos dez mandados cumpridos, sete são de prisão preventiva de profissionais da fiscalização do Inmetro, e três são de prisão temporária, de empresários donos de postos de combustíveis. A Polícia Federal ainda fez buscas na sede do Inmetro, colhendo material para contribuir com as investigações. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

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