Quinze pessoas são resgatadas de trabalho escravo em zona rural em Goiás

Parte dos trabalhadores era oriunda do Maranhão. Eles estavam alojados em condições precárias, num barraco improvisado próximo a um retiro da fazenda, objeto de fiscalização

Postado em: 07-02-2018 às 12h15
Por: Márcio Souza
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Parte dos trabalhadores era oriunda do Maranhão. Eles estavam alojados em condições precárias, num barraco improvisado próximo a um retiro da fazenda, objeto de fiscalização

Em operação conjunta realizada
por auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho de Goiás
(SRT-GO), integrantes do Ministério Público do Trabalho e agentes Polícia
Rodoviária Federal, realizada entre 29 de fevereiro e 3 de fevereiro, foram
resgatados 15 trabalhadores que estavam laborando em condição análoga à de
escravo num conjunto de fazendas no município de São Miguel do Araguaia (GO), a
cerca 500 km de Goiânia. 

A situação se configurou pelas condições extremamente
precárias de alojamento, somadas a outras irregularidades, como o não
fornecimento de equipamentos de trabalho, a inexistência de registro dos
empregados e não pagamento de direitos trabalhistas, de acordo com o que
constataram os auditores-fiscais do Trabalho.

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O estabelecimento alvo da
operação é uma grande propriedade rural, formada por três fazendas contíguas,
com cerca de 17 mil hectares e 12 mil cabeças de gado, pertencente a um
empresário paulista. Os trabalhadores rurais encontrados na condição análoga à
de escravo haviam sido contratados por intermédio de um suposto prestador de
serviços (que se apresentava como empreiteiro) e que registrava somente parte
dos empregados numa empresa aberta em nome de sua esposa, uma dona de casa
extremamente humilde e que nada conhecia sobre obrigações trabalhistas ou
tributárias. Dos 15 empregados, seis estavam irregularmente registrados em nome
de empresa da “laranja” e nove estavam totalmente na informalidade.

Parte dos trabalhadores era
oriunda do Maranhão e parte da cidade de São Miguel do Araguaia. Todos estavam
alojados em condições precárias, num barraco improvisado próximo a um
retiro da fazenda, objeto de fiscalização. A moradia não dispunha de paredes e
de cobertura adequada e o piso era de chão batido. Não eram fornecidos
colchões, roupas de cama e armários. Os trabalhadores dormiam em camas
improvisadas, com pedaços de espumas velhas e sujas usadas como colchão. Os
pertences pessoais ficam espalhados pelo local. 

Foto: Divulgação 

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