Mais de 6 mil armas apreendidas

Gabriel Araújo*

Segundo estudo da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), os órgãos de segurança do estado apreenderam 6.067 armas no período de julho de 2016 a agosto de 2017. Das apreensões, 2738 foram revolveres, ou seja, 52,8% do total.

De acordo com a Secretaria, os cinco principais tipos de armas mais apreendidos são, revólver Taurus calibre 38, com 1034 armas, pistola Taurus 380, que teve 336 casos de apreensão, o revólver Taurus 32, com 320 produtos, o revólver Rossi 38, que contou com 201 armas e pistola Taurus 40, 119.

O objetivo da pesquisa, segundo o major da Polícia Militar (PM) Geyson Borba, é auxiliar futuras operações das forças de segurança do estado. “As informações poderão nortear ações mais adequadas e que resultarão em mais prisões e apreensões. Se as armas viessem do exterior, por exemplo, teríamos que reforçar o policiamento nas fronteiras. Como grande parte mostrou-se ser daqui, teremos que estudar outras providências”.

O major ainda afirmou que o rastreamento dos armamentos deverá ser finalizado ainda neste mês e se espera descobrir as principais fontes de entrada para melhorar o controle no uso destes armamentos.

Segundo o levantamento, as armas de cano curto são as mais apreendidas. Foram apreendidas 2738 revolveres, 839 pistolas e 195 Garruchas. Enquanto armas longas, como espingardas, carapinas, rifles, submetralhadoras e fuzis representaram apenas 21,3% de todo o armamento apreendido. Ainda foram registradas 307 armas de produção artesanal, o que representa 5,9%.

Para o secretário de segurança pública do estado, Ricardo Balestreri, ações como esta influenciam no mercado ilegal de armas de fogo. “Este é um dado que demonstra o impacto que uma política de controle do mercado legal tem sobre o mercado de armas usadas em crimes”, completa o secretário.

Origens

O Instituto Sou da Paz analisou as 6.067 armas apreendias pelo Governo de Goiás e chegou a conclusão que 70% dos objetos apreendidos foram produzidos no Brasil em período anterior ao ano de 2003, antes de ser promulgado o Estatuto do Desarmamento. Ainda segundo o estudo, apenas 5% foram fabricadas nos EUA e pouco mais de 1%, na Argentina. Foram analisadas armas produzidas industrialmente, que representaram 85% das apreensões, artesanalmente, cerca de 5%, e simulacros, com 9% do total.

De acordo com o major da Polícia Militar (PM) Geyson Borba, os estudos provam que a maior parte do armamento apreendido estava irregular. “A ínfima quantidade de armamentos regulados apreendida sugere que os equipamentos foram roubados, furtados ou extraviados da própria sociedade ou de empresas de segurança aqui mesmo”

Segundo o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, o fato de a maior parte das armas serem de produção nacional enaltece a necessidade de uma política de controle de armamentos mais intensa, além de exemplificar que o as fronteiras do país não são o principal problema quando se trata de armas de fogo.

Estatuto

O Estatuto do Desarmamento é uma lei federal que entrou em vigor em dezembro de 2003 e que restringe o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição no país. Para o governo da época, o regulamento é necessário para que o armamento seja liberado apenas após o teste psicotécnico e psicológico, além de diversas exigências que variam de acordo com a situação. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)