Supermercados ainda são principal forma de abastecimento das famílias

O setor fechou o ano de 2021 com um saldo positivo de 54 mil lojas

Postado em: 15-11-2022 às 08h00
Por: Sabrina Vilela
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O setor fechou o ano de 2021 com um saldo positivo de 54 mil lojas. | Foto: Reprodução

Pedir comida por meio de aplicativos se tornou cada vez mais comum, contudo as famílias ainda preferem ir ao supermercado como a principal forma de abastecimento. Segundo dados divulgados pela pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o setor supermercadista fechou o ano de 2021 com um saldo positivo de 54 mil lojas, chegando a um total de 145 mil estabelecimentos em todo o país. 

Durante os anos de 2020 a 2021 , época em que a Covid-19 estava no auge, os supermercados estavam na lista dos 53 serviços considerados essenciais no Brasil. A pesquisa aponta ainda que o setor fechou o ano de 2021 com saldo positivo de 54 mil lojas, o que representa 145 mil estabelecimentos do tipo. 

Contudo, para acompanhar a modernidade muitos supermercados adotaram as compras virtuais até como uma alternativa para aumentar as vendas, principalmente durante o período pandêmico. Desde o mini mercado próximo de casa até o hipermercado para as compras do mês, essas opções são as preferidas entre os brasileiros. 

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Para o supervisor de vendas da Marajoara Laticínios, Matheus de Paula Junqueira, o setor supermercadista é essencial para a indústria alimentícia, porque é o canal de distribuição de seus produtos. 

“O varejo, a longo prazo, é um importante formador de opinião em relação a qualquer tipo de marca. Ter um produto vendido em um supermercado, seja ele de rede ou de bairro, traz para o consumidor uma percepção de confiabilidade”, afirma.

Ele reitera ainda que a distribuição para supermercados e hipermercados representa cerca de 90% das vendas da marca. Outro ponto destacado pelo profissional é que a presença de determinados itens em mercados agregam valor ao consumidor final. 

Indústrias 

Para que os produtos consigam chegar até as gôndolas é necessário que haja entre as indústrias um eficiente serviço de logística. “Ter eficiência logística é uma grande vantagem de competitividade. Somos, inclusive, uma das poucas marcas de laticínios no País que consegue fazer uma entrega em até no máximo dois dias. Isso é importante porque nesse segmento de laticínios há uma variação de preço quase diária, e isso é muito importante, para se ter um espaço maior e uma preferência no ponto de venda”, destaca Junqueira.

O profissional conta ainda que para existir os processos de industrialização dos alimentos é indispensável que os segmentos da indústria e do varejo formem uma cadeia econômica ainda maior e com dinamicidade. 

“O leite UHT é de grande importância para o mercado do Brasil. Para se ter uma ideia, em 2020, esse produto representou cerca de 87% do leite comercializado na forma líquida. É um produto que está presente em 90% dos lares brasileiros”. 

Impacto do atacarejo nos mercados 

A Associação Brasileira de Atacarejos (Abaas) destaca que as lojas que possuem tanto o atacado como varejo, movimentam cerca de 230 bilhões em faturamento anualmente. Outra pesquisa da Nielsen, citada pela Associação Goiana de Supermercados, até o final deste ano poderá representar metade das vendas do varejo voltado para a alimentação no Brasil. 

Fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino destaca que “a crise econômica catapultou o formato porque as pessoas passaram a privilegiar o preço e alguns players enxergaram como uma alternativa de expansão e diversificação ou complemento de formatos de lojas. A conversão de hipermercados de baixo desempenho em atacarejo representou um salto de crescimento entre 200% e 300% nas vendas”.

O especialista destaca ainda que não existe uma competição entre supermercados e atacarejos, visto que as compras para abastecimento são realizadas pelo menos uma vez por mês pela maioria das pessoas. E que isso não impacta diretamente em supermercados, principalmente em mercados de bairro. 

“Estamos falando de itens de mercearia, produtos básicos, também conhecida como compra abastecedora de baixa frequência. O supermercado é muito bom na variedade, no serviço e na execução de perecíveis”, ressalta Serrentino.

Ele destaca ainda que o maior desafio dos atacarejos é com relação aos formatos. “A expansão do formato no país começa a criar uma concorrência muito grande entre os atacarejos e nem todas as lojas mantêm o mesmo padrão de produtividade, lucratividade e retorno. Encontrar espaços para novas expansões e para crescimento orgânico é um desafio grande no setor e, talvez, em algum momento teremos fusões e aquisições dentro das operações de atacarejo”, conclui.

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