Mais de 15 mil goianos poderão negociar as dívidas no Mutirão Limpa Nome

A média de dívidas em Goiás é de R$4 mil reais por pessoa e maioria dívidas de cartão de crédito ou financiamento

Postado em: 19-11-2022 às 10h15
Por: Sabrina Vilela
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A média de dívidas em Goiás é de R$4 mil reais por pessoa e maioria dívidas de cartão de crédito ou financiamento. | Foto: Reprodução

A 20ª edição do Feirão Limpa Nome promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL) começa na próxima segunda-feira (21/11) e se estende até o dia 10 de dezembro de 2022. O evento é voltado para quem estiver com o nome negativado possa negociar a melhor forma de quitar as dívidas. Os descontos podem chegar a 100% e ainda ter a opção de parcelamento. Após o pagamento facilitado o nome do cliente é retirado do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) no prazo de até cinco dias úteis. 

O mutirão acontece de forma online. Para participar basta acessar o site. Por meio do portal é possível verificar o valor da dívida e a empresa na qual o consumidor está inadimplente. Após a verificação o cliente é direcionado para atendimento no whatsapp, mas também é possível fazer presencialmente. Para isso, a pessoa deve ir até loja física e tratar do problema no setor de crédito. Todo o processo do mutirão é gratuito. 

Nas semanas de quitação estarão presentes a Caixa Econômica Federal e Sicoob Centro-Oeste Br, além de estabelecimentos comerciais. A expectativa é que mais de 15 mil goianos façam negociações durante o período. 

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Relevância 

As lojas que ainda desejarem participar do feirão, podem fazer a inscrição por meio do site e pagar uma taxa de manutenção de R$50. Gerente de negócios e relacionamento da CDL Goiânia, Wanderson Lima destaca que o mutirão é importante tanto para o empresário como para o consumidor. 

“São mais de 74 milhões de pessoas que estão inadimplentes em 2022, esse ano bateu recorde em comparação com o ano passado. Para o empresário também é uma ajuda porque é uma forma dele chegar até o consumidor e tem a necessidade de negociar, às vezes tem a receita no bolso como o pagamento do salário e o décimo terceiro”.

Por conta da pandemia de Covid-19, o mutirão teve que ser realizado de forma online desde 2020. E o gerente encara isso de forma positiva porque não impediu que as pessoas fizessem as negociações, mas que aumentassem ainda mais a procura devido a agilidade. Contudo, ele conta que para a edição de 2023, os atendimentos ocorram de forma híbrida. 

“Qualquer pessoa pode participar, independente se ela tem dívida ou não. Às vezes ela nem sabe que está com o nome sujo. Ela deve entrar no site, fazer um pré cadastro e ver as empresas que estão participando do mutirão. Depois faz uma consulta e caso o credor para o qual ela esteja devendo faça parte da campanha ela pode entrar em contato direto com a empresa e negociar diretamente”. 

O especialista salienta que a partir do momento que a pessoa negocia a dívida e paga a primeira parcela a empresa tem até cinco dias úteis para limpar o nome. No entanto, no caso de dívidas parceladas, se a pessoa deixar de pagar uma parcela o nome já volta a ficar negativado. Então, cabe ao endividado se esforçar para cumprir com o acordo. 

“Instituições bancárias sempre estão no topo. De acordo com a última pesquisa que teve aqui em Goiânia, cerca de 49% das dívidas eram de instituições bancárias, seguido de comunicação, depois comércio e água e luz”.

A média de dívidas em Goiás é de R$4 mil reais por pessoa e maioria dívidas de cartão de crédito ou financiamento. Ele aponta que um dos motivos para o recorde de inadimplentes seja o impacto na redução da receita e no poder de compra da família.

Com a chegada das festas de final de ano, muitas pessoas vão querer gastar com presentes e viagens. Por isso, segundo Wanderson Lima, é necessário aproveitar a oportunidade agora para quando chegar as festas a pessoa esteja livre para voltar a comprar,mas de forma moderada e começar 2023 com o nome limpo. E as empresas também precisam de dinheiro no caixa para se recuperar das dívidas.

Goiânia supera média nacional em inadimplência 

O volume de famílias com contas atrasadas no país voltou a subir em outubro e atingiu a maior taxa anual em seis anos. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias inadimplentes atingiu 30,3% no mês – um aumento de 0,3 ponto percentual na comparação mensal e de 4,6 p.p. na relação com igual período de 2021.

Seguindo a tendência dos últimos meses, a inadimplência em Goiânia sofreu mais uma alta na passagem de setembro para outubro, com 1,48% de aumento. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o percentual subiu 9,67%. As duas variações colocam a capital com índices superiores à média nacional, que alcançam 1,06% na comparação mensal e 9,24% na anual. 

Os dados, divulgados pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em 8 de novembro, ainda apontam que cada goianiense negativado devia em outubro, em média, R$ 4.115,32 na soma de todas as contas. Ao analisar o valor dos débitos, 34,69% dos consumidores da cidade tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 48,89% quando se fala em valores de até R$ 1.000.

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