Pesquisa revela que diabetes dobra o risco de contrair catarata

Outras graves doença oculares também podem passar despercebidas. Especialista orienta como preservar a visão

Postado em: 27-02-2018 às 15h55
Por: Márcio Souza
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Outras graves doença oculares também podem passar despercebidas. Especialista orienta como preservar a visão

Dados do IDF (International Diabetes Federation),
mostram   que hoje 14,25 milhões de
brasileiros têm diabetes. A previsão é de que este número salte para 23,28
milhões em 2040. Pior: um estudo inédito realizado no Reino Unido com 56.510
participantes revela que o diabetes dobra o risco de desenvolver catarata. A
doença responde por 49% dos casos de cegueira tratável no Brasil. Segundo o
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, isso acontece
porque os depósitos de glicemia nas paredes do cristalino e as oscilações
glicêmicas aumentam a formação de radicais livres que levam ao envelhecimento
precoce da lente do olho. Portanto, o controle do diabetes desacelera a
formação da catarata.

Grupos de risco

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O oftalmologista afirma que muitas pessoas só descobrem o
diabetes no consultório oftalmológico durante um exame de fundo do olho. Isso
porque, os vasos da retina sofrem alterações que indicam a doença. O médico
explica que o diabetes é causado pela produção insuficiente no pâncreas de
insulina, hormônio que faz a glicose penetrar nas células. Também pode ser
causado por resistência à insulina que impede a absorção da glicose pelas células.
Resultado: a glicemia fica acumulada no sangue.

Ele ressalta que 90% dos casos de diabetes são do tipo 2 que
é assintomático. Os fatores de risco são o envelhecimento, sobrepeso,
colesterol alto, stress e sedentarismo. “Todos estão em ascensão no Brasil,
progridem sem alarme e fazem metade dos diabéticos nem desconfiar que estão
doentes”, comenta. Por isso, recomenda para quem já passou dos 40 anos e tem
algum familiar próximo com diabetes fazer 
exame de sangue periodicamente. Esta simples prevenção pode fazer muita
diferença na qualidade de vida.

Os sintomas do diabetes tipo 1 são claros: sede, aumento da
micção, cansaço, perda súbita de peso e fome. O problema, ressalta, é que
atinge apenas 10% dos que têm a doença. Quanto antes for iniciado o tratamento,
menor o estrago para toda a saúde.

Cirurgia melhora acompanhamento

Queiroz Neto afirma que a catarata deixa a visão embaçada
porque torna opaco o cristalino, lente interna do olho que responde pelo foco
de imagens próximas e distantes. Quanto mais avança, maior é a dificuldade de
enxergar, até a completa cegueira. O único tratamento é a cirurgia. A operação
substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular transparente. Em muitas
pessoas elimina a necessidade de usar óculos, inclusive de leitura. “Os riscos
da operação aumentam quanto mais avançada está a catarata. Isso porque,
impossibilita ao cirurgião enxergar o fundo do olho e o cristalino fica muito
rígido, podendo ocasionar lesões na retina durante a extração”, explica. Por
isso, a cirurgia é indicada logo que a catarata começa atrapalhar as atividades
cotidianas. Em diabéticos permite acompanhar as alterações na retina e
continuar enxergando perfeitamente bem. O segredo é a prevenção.

Outras doenças oculares

O oftalmologista afirma que o aumento da glicemia no sangue
dificulta a circulação em todo o corpo, inclusive nos pequenos vasos do globo
ocular. Isso faz com que além da catarata, aumente o risco de desenvolver
glaucoma neovascular e retinopatia diabética, importantes causas de perda
definitiva da visão.  “Depois do
diagnóstico o padrão de tratamento é passar por consulta oftalmológica anual”,
afirma. Quando o oftalmologista descobre alterações no fundo do olho, observa,
os intervalos das consultas são menores e variam conforme a gravidade de cada
caso.

“A hiperglicemia também resseca o filme lacrimal e faz
muitos diabéticos terem sensação de areia nos olhos, principalmente no calor
que contribui com a maior evaporação da lágrima”, salienta. Uma dica do médico
para diminuir o desconforto é beber bastante água. Quando a irritação persiste,
indica consultar um oftalmologista.

Foto: Reprodução 

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