As projeções para o comércio neste natal em Goiás são muito positivas, é o que diz o consultor de assuntos econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Bruno Ribeiro.

Mesmo com as oscilações econômicas ao longo de 2022, estudos indicam que o final deste ano será promissor para o empresário, principalmente em relação às vendas de Natal. Bruno Ribeiro destaca que a expectativa é que as vendas cresçam 14% em relação ao ano passado.

Durante coletiva na tarde desta quarta-feira (7) em que os dados foram apresentados, o consultor falou sobre o endividamento e a importância de comparação com o nacional. Enquanto Goiás tem 58% de endividados, a taxa do país é de 79,8%. Um dos principais motivos apontados é o aumento da taxa Selic, que subiu de 2% em 2021 para 13,5% em 2022.

“Quando você une essas duas informações com os dois dados das pesquisas da CNC/Fecomércio, tudo aponta para o fato de que o empresário está cada vez mais confiante, ao passo que a intenção de consumo de famílias, em todas as faixas etárias, está numa tendência crescente”, pontua o especialista.

Na análise econômica de novembro de 2022 do cenário econômico goianiense, houve dois grandes destaques positivos. O primeiro é a confiança do empresário, que além de estar em uma tendência crescente e constante, também surpreende em relação aos números. “Com um novo governo, era de se esperar que, com essa perspectiva econômica mais desafiadora, o otimismo diminuísse, mas ele está aumentando. Isso demonstra que o empresário goianiense está cada vez mais otimista e mais preparado para enfrentar os grandes dilemas em relação ao futuro”, analisa Bruno.

Os dados apresentados são baseados no cruzamento de três pesquisas que envolvem a intenção de consumo, o endividamento e o índice de confiança do comércio.

A pesquisa também mostra que o empresário goiano está otimista mantendo uma tendência de alta na confiança desde março de 2022. “É importante o empresário se manter otimista porque ele contrata mais, investe mais, é um ciclo, com menos desemprego, temos famílias com mais dinheiro, maior poder aquisitivo e reduzindo o endividamento. É com o emprego que as famílias consomem mais” explica Bruno.

A intenção de consumo das famílias também apresentou números crescentes. “Passamos por uma elevação da taxa de juros e a inadimplência do consumidor subiu em Goiás, mas o endividamento é menor em relação ao Brasil. Até foi uma surpresa positiva perceber que esses números não tiveram tanto impacto em relação à questão das famílias goianas quando comparada à média nacional”, explicou o analista.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital prevê que mais de 80% dos consumidores goianienses devem ir às compras neste Natal. Já o percentual de goianienses que afirmou não ir às compras (18%) indicou a falta de condições financeiras como o principal motivo para não oferecer presentes. Na comparação com o restante do país, a intenção de consumo em Goiânia superou os índices nacionais, que alcançam 73%, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

“O Natal é a comemoração mais importante no calendário do comércio. Como o brasileiro tem a tradição de encontrar amigos e familiares e oferecer presentes a um maior número de pessoas, a data oferece grandes oportunidades para o lojista e também para o consumidor que pode aproveitar a época para ir em busca de promoções e boas negociações”, aponta o presidente da CDL Goiânia, Geovar Pereira.

Fator fundamental

Com a polarização política atual do país e consequentemente dos comerciantes, o consultor fala em pessimismo e otimismo exacerbados. “Misturando os dois vemos que as perspectivas no tempo presente são muito positivas e isso é um dos fatores fundamentais para atravessarmos possíveis turbulências na economia”, completou.