Porto Seco retoma as atividades em março

Gabriel Araújo*

O transporte de contêineres no Porto Seco de Anápolis, que movimenta 2,5 bilhões de dólares em mercadorias por ano, deve ser retomado no próximo mês. A decisão ocorreu em reunião na última quinta-feira (22) na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). O serviço estava paralisado entre Anápolis e Sumaré, no interior de São Paulo.

De acordo com o gerente geral comercial da VLI, Diego Zanela, a paralisação ocorreu devido à queda do rendimento do serviço. “Muito esclarecimento foi dado. A VLI teve a oportunidade de conhecer melhor a região para um redesenho desse serviço, com qualidade e competitivo”, afirmou.

Sobre a possível devolução do trecho concedido pelo Governo Federal, o diretor da VLI, José Osvaldo Cruz, afirmou que a empresa deve cumprir com as exigências da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “A VLI não manifestou nenhuma intenção de devolução de trecho em Goiás ou paralisação de serviços”, afirmou. “Goiás faz parte da malha, é de nossa obrigação e tem mercado”, completou.

A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) possui cerca de 7.080 quilômetros de extensão e é considerada o principal eixo de conexão entre as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do país. São mais de 250 municípios brasileiros em sete Estados cortados pela ferrovia, que é responsável pelo escoamento de produtos para os grandes portos como os de Vitória, Santos, Rio de Janeiro, além de outros nos Estados da Bahia e Minas Gerais. 

A FCA ainda faz conexão com a Estrada de Ferro Vitória/Minas (EFVM), MRS Logística, Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e Brasil Ferrovias, sendo um grande corredor de importação e exportação do País.

Porto

O Porto Seco Centro-Oeste é o terceiro maior porto seco do Brasil e foi inaugurado em outubro de 1999, já movimentando cerca de US$ 34,8 milhões em importações em 2010.

O porto está situado dentro do Distrito Industrial de Anápolis e possui uma área total de 500 mil m², está em uma região estratégica do Estado, a 54 km de Goiânia, e 150 km de Brasília. É cortado pelas rodovias federais BR-060, 153 e 414, além da ferrovia Centro Atlântica e a Ferrovia Norte-Sul, o que facilita o escoamento dos produtos para os portos de Santos, do Rio de Janeiro e de Vitória.

Corrupção

Em agosto de 2017, o Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) denunciou nove pessoas por fraudes na construção da Rodovia Norte-Sul, em Goiás. Segundo as investigações, o valor atualizado causado pelas irregularidades ultrapassa R$ 36 milhões. A rodovia é responsável pelo transporte de produtos do Porto Seco de Anápolis.

A denúncia do MPF afirma que houve formação de cartel, fraude em licitação e sobrepreço na construção de um trecho de 12 km da ferrovia, entre o Porto Seco de Anápolis e a cidade de Campo Limpo de Goiás. Segundo o órgão, as investigações começaram como um desdobramento da Operação Lava Jato. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).