População ganha peso e fila do SUS para bariátrica cresce

Pelo menos metade dos brasileiros relataram um aumento médio de peso de 6,5 kg

Postado em: 13-12-2022 às 08h00
Por: Sabrina Vilela
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Pelo menos metade dos brasileiros relataram um aumento médio de peso de 6,5 kg. | Foto: Reprodução

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que seis em cada dez brasileiros apresentam excesso de peso. São cerca de 96 milhões de pessoas que estão acima do peso no país. Isto é, o resultado de seu Índice de Massa Corporal (IMC) indica que elas estão na faixa de sobrepeso ou de obesidade. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que pelo menos 1 bilhão de pessoas no mundo apresenta excesso de peso, das quais 300 milhões são obesas. 

Por si só, a obesidade é uma condição que carrega um risco maior de diminuição da expectativa de vida. Ela pode ser relacionada às chamadas comorbidades, doenças que são predispostas ou agravadas pela obesidade, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, artrites, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), dentre outras.

Aumento de peso na pandemia

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Em 2021, 52% dos brasileiros informaram que tiveram aumento de peso durante a pandemia. A pesquisa foi do Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países. 

Só no Brasil o aumento de peso foi de  6,5 quilos a mais neste período. No país, existem 7.700 hospitais, em 5.568 municípios brasileiros. Contudo, apenas 98 possuem serviços de cirurgia bariátrica e metabólica. Os estados Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá não possuem serviços habilitados no SUS para bariátrica.

Os dados da Sociedade de Cirurgia Bariátrica afirmam ainda que entre os anos de 2019 e 2021 foram realizadas 19.203 cirurgias bariátricas pelo SUS no país, destes 12.568 procedimentos em 2019; 3.129 procedimentos em 2020 e 1935 procedimentos em 2021. A queda foi de 77 % se comparado o ano de 2019 com o ano de 2021 e de 23% se comparado o ano de 2020 com o ano de 2021.

Já as cirurgias por planos de saúde, segundo os últimos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), saíram de 52.699, em 2019 para 46.419 em 2020. Já em 2021 foram realizados 56.991 procedimentos pela ANS. A queda de 2019 para 2020 foi de 11,9%.

Aparecida de Goiânia oferece bariátrica

O município de Aparecida de Goiânia já deu início às cirurgias bariátricas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). São 67 pessoas na fila para a realização do procedimento e duas operações já realizadas na última semana. 

A primeira cirurgia foi realizada por uma mulher de 44 anos que ficou na lista de espera por anos. Ela teve que suspender o tratamento devido ao período de pandemia ocasionado pela Covid-19. 

Já o segundo a realizar o procedimento foi um jovem de  28 anos, que era obeso desde a adoslecência. Ambos foram encaminhados para o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). 

A Diretora de Regulação, Bruna de Castro, afirma que os requisitos para que possa ser realizada a operação são aguardar em uma fila na regulação estadual e pegar esses pacientes e incluir nas cirurgias do Hmap. Eles passam por uma requalificação para a realização da cirurgia e em seguida são encaminhados para a equipe multiprofissional – composta por psicólogo, nutricionista, endocrinologista, fisioterapeuta e outros casos. 

Após a avaliação, por se tratar de cirurgias eletivas, os casos mais graves são priorizados na ordem das filas. A diretora ressalta ainda a importância que a operação tem na vida de cada uma dessas pessoas visto que não é apenas uma cirurgia estética. “A cirurgia bariátrica hoje como tratamento acaba gerando impacto na qualidade de vida desse paciente, evitando outras complicações e outros agravos”.

Além das cirurgias, Castro destaca que as ações de prevenção contra a obesidade são essenciais. “Hoje a gente consegue ampliar a oferta para ter um melhor acesso a qualidade de vida para a população aparecidense. Em Aparecida continuamos a fazer a prevenção de obesidade, de vida saudável, de atividade física, questões alimentares e outros “.

Ainda segundo a diretora, as cirurgias são liberadas conforme os pacientes passam pelas consultas e recebem a liberação para serem operadas. A previsão é de pelo menos quatro cirurgias por mês, mas que a quantidade aumente a cada mês.

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