Cerrado goiano enfrentou seca mais branda, aponta pesquisa

Não houve seca exponencial que é o tipo mais severo

Postado em: 13-12-2022 às 07h30
Por: Vinicius Marques
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Não houve seca exponencial que é o tipo mais severo. | Foto: Arquivo Agência Brasil

Conforme a última atualização do Monitor de Secas. No território goiano houve o desaparecimento da seca excepcional no estado. Entre setembro e outubro, a seca teve um abrandamento em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Em Goiás, houve estabilidade da seca em 100% do estado entre julho e outubro. Esses quatro meses consecutivos do fenômeno em todo o território goiano são a maior sequência desde a entrada do estado no Mapa do Monitor em junho de 2020.

No entanto, houve um desaparecimento da seca excepcional, que é a mais severa na escala do Monitor. Condição menos severa em Goiás desde outubro de 2020: sem seca extrema e 49% de seca grave.

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Já em Mato Grosso a seca grave recuou de 5% para 3% no estado nesse período. Em Mato Grosso do Sul a seca excepcional também desapareceu e ainda foi registrada a redução da seca grave de 26% para 23% do território sul-mato-grossense. Por outro lado, o fenômeno ficou estável no Distrito Federal com a manutenção da seca moderada em toda sua área.

Na comparação entre setembro e outubro, em termos de área com seca, não houve variação no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso, onde o fenômeno se manteve respectivamente em 100%, 100% e 97% de seus territórios. Já em Mato Grosso do Sul houve uma diminuição da área com seca de 86% para 73%. Saiba mais sobre os destaques dos três estados do Centro-Oeste e do DF.

Cenário nacional

Entre setembro e outubro, em termos de severidade da seca, seis estados tiveram um abrandamento do fenômeno segundo o Monitor de Secas: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Em Alagoas e Santa Catarina o fenômeno não foi registrado em outubro. Em outras 11 unidades da Federação a intensidade da seca permaneceu estável: Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe. Por outro lado, em três estados a seca se intensificou no período: Bahia, Rio Grande do Norte e Tocantins. 

Na comparação entre os dois meses, nove estados registraram a diminuição da área com seca: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí e São Paulo. Em seis unidades da Federação a porção com a presença do fenômeno ficou estável entre setembro e outubro: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Tocantins. Nos casos de Alagoas e Santa Catarina, seus territórios permanecem livres do fenômeno desde julho. Por outro lado, a seca avançou em cinco estados: Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.

Quatro unidades da Federação registraram seca em 100% do território em outubro: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Tocantins; sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes de até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

O Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins e Rondônia. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 21 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

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