Mutirama será reaberto este mês

Segundo a assessoria do parque, a reabertura depende da finalização das reformas dos brinquedos e reestruturação total do local

Postado em: 02-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo a assessoria do parque, a reabertura depende da finalização das reformas dos brinquedos e reestruturação total do local

Gabriel Araújo*

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O Parque Mutirama, que foi fechado em julho do ano passado após um acidente que deixou 13 pessoas feridas, vai reabrir para a população no fim deste mês. Os brinquedos estão passando por vistorias e devem ser reformados após a liberação da empresa responsável. O Mutirama informou que as manutenções que estavam ocorrendo antes do início da produção dos laudos eram consertos de rotina, como a ligação dos brinquedos e a organização do parque.

O Mutirama deve ainda passar por reformas estruturais, uma rede de para-raios está sendo implantada, a análise da estrutura das árvores que cercam o local está sendo conduzia, já foram retiradas oito árvores. O Parque ainda passa por um processo de licitação de comicionários, principalmente nos mais de 40 pontos comerciais, além da contratação de novos funcionários. Foi aberto um processo seletivo para a contratação de 135 novos profissionais para cargos no Mutirama. A ação deve ser concluída até a segunda semana deste mês.

O Presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Alexandre Magalhães, afirmou que o parque só deve ser reaberto após a produção de um protocolo de segurança, que será concluído após as vistorias. “A empresa fez a contratação de mão de obra local. Já os engenheiros e a parte técnica vieram do Rio Grande do Sul. Está tudo registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO)”, afirmou.

O Parque confirmou que o protocolo está sendo montado e terá orientações sobre como deve funcionar o sistema de evacuação, as normas de segurança dos brinquedos e a criação de um comitê de crise, que tem o objetivo de estar preparado para as mais complexas ocorrências.

Segurança 

Das 32 atrações que compõem o parque, 18 já contam com os laudos de análise técnica. A expectativa é que as 14 últimas sejam entregues nos próximos dez dias. “Todas tem alguma necessidade de adaptação, são ajustes pontuais onde vamos trocar pinos, rolamentos e agora vamos utilizar outros materiais. Nós vamos trabalhar agora com o que chamamos de redundância de segurança, onde teremos dois dispositivos para garantir a segurança dos usuários”, informou a Agetul.

Os novos funcionários passarão por um treinamento específico para cada brinquedo e atração, a capacitação será baseada em manuais de operação expedidos pela empresa contratada para análise dos brinquedos. De acordo com o parque, essa é a forma encontrada para dar mais segurança aos usuários.

Contrato

A empresa responsável pelo levantamento dos brinquedos é a Belle Engenharia, que segundo a Prefeitura de Goiânia, fechou um contrato em 31 de janeiro de 2018, com valor firmado em R$ 298 mil. De acordo com o Parque, o contrato tem validade de 60 dias, mas pode ser prorrogado no final do prazo.

Segundo informado, a empresa contratada é responsável pela produção dos laudos de funcionamento dos brinquedos, além do acompanhamento da manutenção e de produzir os manuais de funcionamento que serão usados no treinamento dos novos funcionários. A empresa deve ainda atestar a segurança junto a órgãos como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

Em um documento de mais de 300 páginas que O Hoje teve acesso com exclusividade, é mostrado o processo de contratação da empresa gaucha. Nele fica definido que a empresa geraria laudos técnicos de cada uma das atrações e também seria responsável pela garantia de funcionamento dos brinquedos.

A adaptação para pessoas com necessidades especiais foi um dos pontos apontados pela empresa contratada. “Vamos fazer adaptações, até em termos de segurança para cadeirantes. Alguns brinquedos serão adaptados, com sitos de segurança e controladores de movimentação”, informou a assessoria. 

Acidente deixou 13 pessoas feridas no ano passado  

No último mês de julho, houve um acidente que deixou 13 pessoas feridas. O caso ocorreu quando o brinquedo Twister sofreu uma pane. A decisão de fechar o parque foi tomada pelo prefeito Iris Rezende (MDB).  Equipes da Polícia Civil realizaram perícias no local até o mês de dezembro. O delegado Izaias Pinheiro, responsável pela investigação do acidente afirmou que o brinquedo Twister já estava com pelo menos 85% do material estava desgastado antes do acidente.

A Polícia Civil, por meio do 1º Distrito Policial de Goiânia, indiciou três pessoas pelo caso, o ex-engenheiro do parque, José Alfredo Rosendo, o presidente da Agência Municipal de Turismo e Lazer, Alexandre Magalhães e o supervisor do parque, Wanderley Alves Siqueira. Todos devem responder pelo crime de lesão corporal. O brinquedo foi retirado do local, que agora passará a ser utilizado para brinquedos temporários ainda a serem definidos. 

Concurso

A Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul) começou a convocação para entrevistas da terceira fase do processo seletivo para o preenchimento de 135 vagas no Parque Mutirama. As oportunidades de trabalho são para os três níveis, fundamental, médio e superior e contam com salários que vão de R$ 1 mil a R$ 2,2 mil.

Na primeira fase, realizada no último mês de fevereiro, foram contabilizados 15.041 inscrições, sendo que 851 estão classificados para segunda etapa onde os candidatos devem apresentar a documentação na sede do órgão. Os que apresentaram agora estão sendo entrevistados e o resultado final deve ser divulgado no dia 28 deste mês.

De acordo com o órgão, são oferecidas vagas para agente de serviços operacionais, artífice de serviços e obras públicas e manutenção mecânica, auxiliar de apoio administrativo, de atividades administrativas, assistente de atividades culturais e desportivas, além de analista em comunicação social e em obras e urbanismo.

O Parque Mutirama foi inaugurado em 1969 e está localizado em uma área de 9 mil metros quadrados no centro de Goiânia, na confluência entre as avenidas Independência, Araguaia e Contorno. O local conta com mais de 32 atrações e teve a última grande reforma em 2012, mas sofre com a falta de investimentos e suspeitas de esquemas de desvio de dinheiro.  Em suas instalações, estão o planetário que pertence à Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Parque dos Dinossauros, contendo réplicas em tamanho real dos animais extintos a cerca de 180 milhões de anos.

De acordo com a assessoria do parque, em julho de 2016 cerca de 20 mil pessoas visitaram o local, movimentando R$ 237 mil. No mesmo período do ano passado, antes do acidente no brinquedo Twister, a mesma quantidade de pessoas visitaram o parque e, somente no dia do ocorrido, seis mil clientes estavam no local.

A reforma que foi completa no final de 2012 buscava integrar os parques Mutirama, Botafogo ao setor Vila Nova, além da construção de uma plataforma sobre a Marginal Botafogo. A obra teve um orçamento de R$ 49 milhões e meio. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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