Pais e mães são os principais responsáveis pela saúde das crianças

Responsáveis avaliam como positiva o trabalho dos profissionais da saúde

Postado em: 26-12-2022 às 09h45
Por: Alexandre Paes
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Responsáveis avaliam como positiva o trabalho dos profissionais da saúde. | Foto: Reprodução

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta que 87% dos responsáveis pela saúde das crianças brasileiras são os pais e mães. O questionário foi aplicado aos responsáveis pela saúde das crianças menores de 13 anos de idade que tiveram pelo menos um atendimento na Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde Familiar, popularmente chamados de “posto de saúde”, “centro de saúde”, “unidade de saúde da família” etc.

“A pesquisa foi realizada em conjunto com o Ministério da Saúde, utilizando instrumentos de avaliação da atenção primária à saúde, considerada a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora das Pesquisas por Amostra de Domicílios Nessa primeira abordagem, as pessoas que buscam os serviços de saúde são cadastradas e acompanhadas. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde é desenvolvida em todos os municípios.

O módulo de Atenção Primária à Saúde da PNAD Contínua é uma versão do Primary Care Assessment Tool (PCATool), instrumento internacional de pesquisa, utilizado por diversos países e validado pelo Ministério da Saúde no Brasil. Neste módulo, são avaliados alguns atributos da Atenção Primária à Saúde para pacientes menores de 13 anos de idade, com escores de avaliação variando de 0 a 10.

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“Essa escala varia de 0 a 10 e um escore igual ou acima de 6,6 aponta que os serviços ofertados estão orientados para atender com qualidade, de acordo com os protocolos da Atenção Primária à Saúde”, esclarece Beringuy. A PNAD Contínua utilizou o “escore geral do PCATool” como uma média dos demais atributos.

Os atributos essenciais avaliados por este módulo da PNAD Contínua foram: facilidade de acesso no primeiro contato; longitudinalidade, isto é, regularidade do serviço de saúde ao longo do tempo e relação humanizada entre equipe de saúde e pacientes; coordenação, ou seja, continuidade da atenção, com reconhecimento dos problemas que requerem acompanhamento constante; e integralidade, atendendo às necessidades mais comuns da população, incluindo a oferta de planejamento familiar ou métodos anticoncepcionais, suplementação nutricional, aconselhamento psicológico ou de saúde mental. Já os atributos derivados avaliados pela pesquisa foram: orientação familiar e orientação comunitária.

Em 2022, o Brasil tinha 38 milhões de crianças menores de 13 anos de idade em sua população e 82,9% destas crianças (ou 31,5 milhões) foram atendidas por algum dos serviços de atenção primária à saúde no período de referência da pesquisa. Cerca de 47,6% dos responsáveis pelas crianças atendidas deram nota 9 ou 10, numa escala onde “0” é não recomendaria o serviço e “10” com certeza recomendaria.

Avaliação positiva

Para 33% dos responsáveis a nota atribuída aos serviços de saúde recebido seria 7 ou 8, enquanto 19,4% deram de 0 a 6, considerando abaixo da recomendação. Dentro desse resultado, foi atribuído um indicador conhecido como Net Promoter Score (NPS). “O cálculo do indicador pressupõe valores entre -100 e +100 e quanto maior o resultado, mais positiva é avaliação”, explica Beringuy.

Os resultados indicaram que os cuidadores das crianças que acessavam o SUS avaliaram-no positivamente (+28), com índices regionais similares. Entre as Unidades da Federação, também notas semelhantes, com somente duas pontuando abaixo de 20 (Amapá com 17 e Rio Grande do Norte com 13) e apenas uma acima de 40 (Rio Grande do Sul, com 41). Em todos os recortes geográficos, o indicador de satisfação da utilização dos serviços de saúde nas UBS e USF ficou entre 0 e 50, sinalizando uma avaliação positiva e, contudo, uma necessidade de aperfeiçoamento.

Foram avaliados os fatores que os responsáveis levavam em consideração em sua avaliação. Os principais foram a atuação dos profissionais (35,7%) e a forma que esses profissionais acolheram a criança (32,4%). Juntos, os dois quesitos somaram mais de dois terços dos motivos citados. Outro fator lembrado foi o tempo de atendimento, com 23,2%.

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