Cai número de gravidez na adolescência em Goiás

Em 2017 o Estado registrou 12.884 nascimentos de crianças de mães adolescentes, uma queda de 70% em relação a 2009

Postado em: 09-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em 2017 o Estado registrou 12.884 nascimentos de crianças de mães adolescentes, uma queda de 70% em relação a 2009

Gabriel Araújo*

O estado de Goiás contabilizou uma queda nos nascimentos de crianças de mães adolescentes em 2017, segundo informado pela Secretaria do Estado da Saúde (SES) por meio da plataforma Sinasc/ConectaSUS  foram 12.884 nascimentos de crianças de mães com idades entre 10 e 19 anos. Na medição do ano de 2009 haviam sido registrados 18.035 casos de crianças que nasceram com mães adolescentes.

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Apesar da queda, os números ainda preocupam em razão do aumento nos casos de gravidez na adolescência em 45 municípios goianos, além de números considerados estáveis em outras 15 cidades. A tendência nacional aponta que o país está mantendo uma queda constante nos casos desde o início do século, quando registrou 83,6 nascimentos em cada mil mulheres no grupo de 15 a 19 anos.

De acordo com especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é preciso levar em consideração outros fatores, como os níveis de escolaridade, os índices de emprego, o acesso ao sistema de saúde e a educação sexual. No mundo, todos os anos, ficam grávidas aproximadamente 16 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos, além de dois milhões de adolescentes menores de 15 anos.

Brasil

Um relatório da OMS, publicado no final do último mês de fevereiro, coloca o Brasil acima da média mundial no número de gravidez de adolescentes, o país constata 65,5 nascimentos para cada mil meninas de 15 a 19 anos de idade enquanto a taxa mundial é de 46 crianças que nascem de mães adolescentes.

“As taxas de fertilidade entre adolescentes continuam sendo altas. Afetam principalmente as populações que vivem em condições de vulnerabilidade e demonstram as desigualdades existentes entre e dentro dos países. A gravidez na adolescência pode ter um efeito profundo na saúde das meninas durante a vida”, disse Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no relatório.

Segundo a pesquisa, os nascimentos criam obstáculos para o desenvolvimento psicossocial das mães, além de as crianças nascerem com mais riscos de ter uma saúde frágil e, consequentemente, cair dentro dos níveis de pobreza. Outro ponto apontado foi a taxa de mortalidade das mães, lembrando que em 2014 morreram 1.900 adolescentes devido a problemas relacionados à gravidez ou ao parto. A OMS ainda afirmou que as mortes de recém-nascidos de mães com menos de 20 anos é 50% mais alta em comparação com recém-nascidos de mães entre 20 e 29 anos.

Um pesquisador lembrou que a falta de acesso à educação de qualidade aumentam não somente os riscos de gravidez como também os ricos às crianças. A falta de informação e o acesso restrito a uma educação sexual integral e a serviços de saúde sexual e reprodutiva adequados têm uma relação direta com a gravidez adolescente. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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