Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo alerta para importância de exercícios

O sedentarismo está associado a doenças crônicas como o infarto, a hipertensão e a diabetes. Ele tem como resultado direto o aumento do sobrepeso e da obesidade, hoje problemas crescentes no país

Postado em: 10-03-2018 às 14h00
Por: Márcio Souza
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O sedentarismo está associado a doenças crônicas como o infarto, a hipertensão e a diabetes. Ele tem como resultado direto o aumento do sobrepeso e da obesidade, hoje problemas crescentes no país

Você se exercita? Com qual frequência? Faz exames regularmente
para saber se a sua saúde está boa ou se índices e taxas, como nível de gordura
no sangue, estão dentro dos patamares aceitáveis? Essas preocupações,
infelizmente, não fazem parte do cotidiano de milhões de brasileiros, que ainda
não se movem, literalmente, em busca de uma vida mais saudável.

Para alertar pessoas, organizações e governos sobre esse
problema, hoje (10) é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. A
data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para colocar em pauta a
importância de práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação
adequada.

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O sedentarismo está associado a doenças crônicas como o
infarto, a hipertensão e a diabetes. Ele tem como resultado direto o aumento do
sobrepeso e da obesidade, hoje problemas crescentes no país.

Segundo o último levantamento, por telefone, do Ministério da
Saúde, o Vigitel, realizado em 2016, a obesidade era uma condição para 18,9% da
população, quase 10 pontos percentuais acima do índice registrado dez anos
antes (11%). O sobrepeso atingia 53,8% dos entrevistados. No mesmo período, de
2006 a 2016, o diagnóstico de diabetes passou de 5,5% para 8,9% e o de
hipertensão foi de 22,5% para 25,7%.

Alto índice

O levantamento do Ministério da Saúde também revelou que 62%
dos entrevistados não praticavam esportes. Apenas 37,6% das pessoas estavam
envolvidas com alguma modalidade. Entre esses, a ocorrência era maior em homens
(46,6%) do que em mulheres (29,9%). O sedentarismo também aparecia mais entre
os mais jovens: em moças e rapazes de 18 a 24 anos o índice subia para 52,2%,
enquanto entre aqueles com 65 anos ou mais ele caía para 22,3%.

Quando consideradas outras formas de atividade física (como
durante o deslocamento para o trabalho ou a outros locais), o índice de pessoas
realizando essas práticas subia, chegando a 55%. Ainda nesse caso, a diferença
de idade seguia sendo um fator determinante, com a taxa ficando em 65,7% na
faixa de 18 a 24 anos e em 28,8% na de pessoas com mais 65 anos ou mais.

Outro levantamento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em maio de 2017, tomando como base a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, chegou a índices
semelhantes. O estudo também investigou os motivos da recusa em praticar
esportes. Entre os mais jovens entrevistados a maioria alegou falta de
interesse, enquanto entre os mais velhos a justificativa mais comum foi o pouco
tempo disponível.

Cultura e educação

O presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef),
Jorge Steinhilber, acredita que apesar do Brasil propiciar condições para a
prática de esportes durante todo o ano (não tendo impedimento por conta de
neve, por exemplo), não há uma cultura entre a população de envolvimento com
atividades físicas.

Uma das razões para isso, de acordo com ele, é o fato de não haver
uma valorização da educação física no período escolar. “Sem isso, você deixa de
alfabetizar a criança em termos de movimento, de cultura de atividade física e
de levar a ela a importância do significado da atividade física para o futuro.
Acaba sendo um círculo vicioso nosso. Se desde a criança eu não levo isso, vai
ter muito mais dificuldade no futuro da pessoa entender a prática da atividade
física”, disse.

O presidente do Confef destaca como uma das iniciativas para
qualificar a educação física na rede de ensino a aprovação do Projeto de Lei
3047/2015, que obriga a presença de professores formados em educação física
nessa disciplina. A matéria foi aprovada pelo Senado e ainda tramita em
comissões na Câmara dos Deputados.

Benefícios

De acordo com a médica e integrante do conselho federal da
categoria (CFM) Rosylane Rocha, a prática de atividade física traz diversos
benefícios à saúde; favorece a normalização dos níveis de colesterol,
triglicerídeos e glicemia; previne doenças cardiovasculares e mitiga a evolução
da osteoporose. Além disso, também libera endorfinas e faz com que o indivíduo
se sinta com mais energia para as atividades diárias e de trabalho, bem como
melhora a qualidade do sono e o próprio humor.

Mas para quem está sedentário e quer começar a praticar alguma
atividade física, a conselheira orienta a procurar assistência especializada.
“Quem quer começar deve procurar um médico para ver o padrão cardiorespiratório
e depois um profissional de educação física que possa orientar as atividades de
acordo com as condições físicas, se tem questão cardíaca, problema de
articulação ou alguma limitação”, recomenda.

A médica lembra também que um cuidado fundamental é realizar a
atividade com regularidade. “Há quem queira fazer atividade muito desgastante
sem regularidade. Isso pode causar lesão em vez de trazer benefício”, alerta.

 Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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