Enxaqueca pode indicar doenças graves, aponta pesquisa

Dor atinge duas mulheres para cada homem e pode sinalizar graves doenças visuais. Saiba como identificar o risco e prevenir as crises

Postado em: 13-03-2018 às 12h20
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: Enxaqueca pode indicar doenças graves, aponta pesquisa
Dor atinge duas mulheres para cada homem e pode sinalizar graves doenças visuais. Saiba como identificar o risco e prevenir as crises

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a dor de cabeça
atinge cerca de metade da população global e 30% desta parcela têm enxaqueca. O
levantamento também revela que a dor pulsante e unilateral que caracteriza a
enxaqueca atinge todas as idades, mas é mais frequente dos 35 aos 45 anos na
proporção de duas mulheres para cada homem.

“Tomar um analgésico por conta própria para aliviar crises
de enxaqueca recorrentes pode tornar o desconforto crônico”, afirma. Isso
porque, é uma dor multifatorial. Pode estar associada a alterações na visão, na
circulação, doenças neurológicas ou no
sistema digestivo. “Nem sempre tem uma única causa. Por isso, após a primeira
avaliação oftalmológica o paciente pode ser encaminhado para outra
especialidade médica”, comenta o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.

Continua após a publicidade

Como identificar o risco

O oftalmologista salienta que até quando a enxaqueca vem
acompanhada de sintomas visuais assustadores como a percepção de pontos
escuros, flashes, diminuição do campo visual e perda temporária da visão pode
ser apenas um mal passageiro.

Para saber se a visão está correndo risco, recomenda ocluir
um olho com a palma da mão durante a crise e depois o outro. Quando as
alterações visuais acontecem em apenas um olho é uma intercorrência conhecida
como enxaqueca oftálmica, mal passageiro que dura apenas alguns minutos sem
deixar sequelas.

“Se os sintomas atingem os dois olhos simultaneamente indica
uma urgência oftalmológica”, ressalta. Isso porque, pode sinalizar arterite,
inflamação das paredes internas das artérias temporais que pode levar à
cegueira temporária ou definitiva. O diagnóstico da arterite é feito por
ultrassom e o tratamento com esteroides que inibem a inflamação das artérias
regulando o metabolismo do colesterol, cortisona, progesterona e testosterona.

O especialista ressalta que quando os sintomas da enxaqueca
oftálmica acontecem nos dois olhos também podem sinalizar falha na irrigação da
retina que leva à retinopatia, ou escavação do nervo óptico, sintoma do
glaucoma. Estas doenças, comenta, são importantes causas de cegueira
irrecuperável e podem ser tratadas respectivamente com antiangiogênicos e uso
contínuo de colírio para manter a pressão interna do olho sob controle.

Prevenção

“Mulheres têm o dobro
de chance de ter enxaqueca porque tomam anticoncepcional, medicamento que
favorece a formação de trombos”, afirma Queiroz Neto. Outro fator que contribui
com a maior prevalência da enxaqueca entre elas, comenta, são flutuações dos
hormônios sexuais. Independente do sexo, toda pessoa com mais de 35 anos deve
fazer periodicamente exames de sangue. “É o primeiro passo, a um custo bastante
baixo, para evitar graves doenças nos olhos e a hiperglicemia”, comenta.  Para evitar crises de enxaqueca recomenda:

– Incluir na alimentação banana, aveia, abacate e folhas
verde-escuro como a couve e o espinafre por serem ricos em magnésio, substância
que evita a contração involuntária dos músculos e outros tecidos.

– Evitar o consumo excessivo de fermentados:  vinho, queijo, iogurte e pães que contêm
tiramina e por isso aumentam a chance de crises.

– Evitar temperos industrializados, embutidos e outras
fontes de glutamato monossódico e nitrato, outras duas alavancas da enxaqueca

– Selecionar adoçantes sem aspartame.

– Praticar atividades físicas para aumentar a produção de
serotonina.

 Foto: Reprodução 

Veja Também