Comurg é alvo de investigação

Caminhões da Companhia estariam descarregando chorume de forma irregular na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

Postado em: 16-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Caminhões da Companhia estariam descarregando chorume de forma irregular na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

Gabriel Araújo*

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Caminhões da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) foram flagrados descartando chorume de forma irregular em rede de esgoto que iria para a Estação de Tratamento de Esgoto de Goiânia (ETE). De acordo com informações da Comissão Especial de Inquérito da câmara (CEI), o chorume tinha origem no Aterro Sanitário da Capital. A comissão investigava o mau cheiro que assola a região norte de Goiânia.

Segundo o vereador Cabo Senna (PRP), o mau cheiro ocorre a quase 20 anos e que outras empresas estavam usando o local para o descarte irregular de resíduos. “Estamos ouvindo outras empresas para verificar outras participações. Até no momento, essas duas estão confirmadas como despejantes desses rejeitos de forma irregular no local. Já flagramos 32 caminhões saindo daqui”, afirmou.

Os resíduos descarregados no local não passam por um tratamento adequado e, em alguns casos, não se sabe o destino final dos rejeitos. “Além dele, notamos um segundo cano escondido em um matagal das proximidades com funcionamento de 24 horas por dias. O principal problema é que esses rejeitos não passam por um processo adequado”, completou o vereador.

O relator da CEI, vereador Lucas Kitão (PSL), lembrou a preocupação com a questão ambiental da ação. “A nossa preocupação é com o descarte desses dois detritos porque são substâncias que não podem de maneira alguma entrar em contato com o lençol freático. Vamos verificar, além da questão do mau cheiro, se esse descarte não está contaminando e poluindo também a água limpa”, disse.

A estação não possui estrutura para uma limpeza completa da água, que retorna para o meio ambiente por meio do Rio Meia Ponte. “A estação deveria contar com seis tanques de decantação, mas só contam com três. Mesmo com a filtragem, a água ainda sai escura para ser jogada no Rio. Porém, sobre o odor, existem remédios que ajudam na diminuição, mas não utilizam”, disse.

A comissão ainda investiga a utilização de um contrato pela Comurg, que a tornava responsável pela retirada do lodo das piscinas de tratamento. “Não sabemos ainda para onde a Comurg levava esse lodo. Essa responsabilidade deveria ser da própria ETE, não da empresa que cuida da urbanização de Goiânia”, finalizou Senna.

O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Carvalho, afirmou que não existem alvarás legais para o procedimento de descarte realizado pela Companhia e empresas que utilizavam o local.

A Comissão da Câmara deve ouvir o titular da Comurg, Denes Pereira, e o presidente da Saneago, Jalles Fontoura já na próxima semana. Para discutir sobre a licença com validade até 2022 que foi liberada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima).

O Hoje entrou em contato com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) via telefone e e-mail na última tarde, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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