Onda de ‘fake news’ sobre Marielle Franco inunda a internet

Autoridades compartilham informações caluniosas nas redes sociais sobre biografia da vereadora, morta na última quarta-feira

Postado em: 18-03-2018 às 16h00
Por: Lucas de Godoi
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Autoridades compartilham informações caluniosas nas redes sociais sobre biografia da vereadora, morta na última quarta-feira

O volume gigantesco de notícias e comentários sobre o caso Marielle Franco também produziu uma onda de informações desencontradas, falsas ou controversas sobre a vereadora assassinada no Rio. Ela e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos a tiros na noite da última quarta-feira (14), no centro do Rio. Marielle tinha 38 anos.

Entre os boatos espalhados estão o de que Marielle teria sido financiada pelo Comando Vermelho, teria sido casada com um traficante chamado Marcinho VP e que teria engravidado aos 16 anos. Uma dessas informações foi até compartilhada pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Marília Castro Neves.

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GRÁVIDA AOS 16 ANOS

A agência de checagem Aos Fatos fez extensiva checagem dos boatos sobre Marielle, inclusive à respeito dela ter engravidado aos 16 anos. A vereadora tem uma filha de 19 anos, chamada Luyara Santos. Marielle foi morta aos 38 anos (sua data de nascimento foi em 27 de julho de 1979). Ou seja, ela engravidou em algum momento depois dos 18 anos ou já com 19 – e não aos 16.

ELEITA PELO COMANDO VERMELHO

De acordo com Aos Fatos, uma informação falsa que circula na rede diz que a vereadora assassinada foi “eleita pelo Comando Vermelho”. Não fica claro como a facção criminosa poderia ter influenciado na eleição de Marielle. Ela foi a quinta mais votada na capital fluminense, com 46 mil votos.

A maioria dos votos da vereadora, segundo mapa do jornal O Globo com base em dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), vieram das zonas eleitorais do Leblon e da Gávea, de Copacabana e de Ipanema e Lagoa — regiões ricas da cidade.

ALERTA DO RIO E SUSPENSÃO DE ELEIÇÕES

A agência Lupa mostrou que há uma teoria, envolvendo a morte de Marielle, dizendo que as eleições de 2018 podem ser suspensas pelo governo federal. De acordo com a mensagem, que circula sobretudo pelo WhatsApp, o assassinato da vereadora faria o governo “subir o estado de alerta do Rio para estado emergencial” e, “de acordo com a Constituição, o presidente poderia suspender as eleições”.

Como revelou a checagem da agência, não existe “estado de alerta” nem “estado de emergência” na Constituição.

PROVIDÊNCIAS

O Psol, partido de Marielle, já anunciou que entrará com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora e disse que pretende ir ao Conselho de Ética da Câmara contra o deputado estadual Alberto Fraga (DEM/RJ), que também fez afirmações caluniosas sobre a vereadora em seu Twitter. O mesmo apagou o twitt.

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