Metrobus tem mais de R$ 1 milhão em multas por irregularidades

Fiscais da CMTC registraram mais de 9,3 mil infrações por atrasos em viagens e más condições dos ônibus desde 2014. Empresa recorreu e, como os recursos não foram julgados, não pagou

Postado em: 19-03-2018 às 16h15
Por: Katrine Fernandes
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Fiscais da CMTC registraram mais de 9,3 mil infrações por atrasos em viagens e más condições dos ônibus desde 2014. Empresa recorreu e, como os recursos não foram julgados, não pagou

Metrobus, responsável pela administração do Eixo Anhanguera, possui 9.350 mil multas desde 2014, sendo a maioria por descumprir horários dos ônibus, segundo dados da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). Elas representam mais de R$ 1,1 milhão que não foram pagos porque aguardam julgamento em segunda instância.

Mais de 2 milhões de passageiros usam o Eixo Anhanguera por mês. Para atender à demanda, um ônibus deveria passar a cada quatro minutos nos terminais. Quando isto não ocorre, os fiscais da CMTC multam a Metrobus.

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Além dos atrasos, os agentes também registram, por exemplo, se a viagem prevista para um determinado horário não ocorreu ou se o motorista passou pelo terminal, mas não parou. Eles ainda fiscalizam a situação dos ônibus. Em uma das infrações, o fiscal escreveu: “veículo sem borracha de vedação na porta traseira causando risco à segurança do usuário”.

Demora no julgamento

As multas que não foram julgadas em segunda instância são de 2014 a fevereiro de 2018. De acordo com o engenheiro de planejamento da CMTC, Benjamin Kennedy da Costa, a Metrobus apresentou defesa em relação às infrações, mas a companhia não acatou os pedidos.

Posteriormente, a Metrobus entrou com recursos em segunda instância, que deveriam ser avaliados por uma comissão julgadora de infrações da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). No entanto, segundo a CMTC, ela não existe, e os recursos ficam parados.

“Desde 2014 nós não temos nenhum julgamento em segunda instância. Efetivamente, não existe punição”, disse Costa à TV Anhanguera.

A CMTC enviou um ofício ao presidente da CDTC, Gustavo Mendanha, em julho de 2017, cobrando a implantação da comissão com “máxima urgência” devido ao “grande número de processos represados já julgados em 1ª instância”.

Mendanha informou à TV Anhanguera, por meio de nota, que, realmente, é de responsabilidade da CDTC julgar os processos, mas que não tinha conhecimento de nenhum. Ele se comprometeu a criar uma comissão julgadora. No entanto, não deu um prazo para que isto ocorra.

Multas improcedentes

O assessor jurídico da Metrobus, Stenio Primo, explicou que não sabe quantas multas a empresa levou, mas o pagamento só é feito quando se esgotam os recursos. “Tenho conhecimento que há uma certa demora na análise dos recursos e isso é algo que acaba comprometendo o regular pagamento”.

Em nota publicada no site do Governo de Goiás, a Metrobus afirmou que já pagou as multas julgadas e, de fato, “existem diversas multas que estão sendo julgadas em segunda instância, as quais a Metrobus, por meio de seu departamento jurídico, julgam ser improcedentes. Em todo o caso, atualmente não há nenhum título de autuação em que não caibam mais questionamentos administrativos”.

A Metrobus afirmou ainda que “está trabalhando para resolver todos os seus problemas operacionais e tem cumprido com a planilha de horários acordada com a CMTC. O departamento de manutenção da empresa vem trabalhando no sentido de disponibilizar o maior número possível de veículos para a população que utiliza o transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia”. 

Fonte: G1 Goiás. (Foto: Divulgação)

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