Maternidade funciona com irregularidades

O vice-presidente do Cremego, Aldair Novato Silva, afirmou que os procedimentos realizados no local colocam a vida de profissionais e pacientes em risco

Postado em: 20-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O vice-presidente do Cremego, Aldair Novato Silva, afirmou que os procedimentos realizados no local colocam a vida de profissionais e pacientes em risco

Gabriel Araújo*

A Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, está funcionando com falta de higiene e materiais para operações. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO), na última fiscalização foram encontrados problemas estruturais, com uma cesariana sendo realizada com o uso de lanterna de um telefone celular e médicos operando sem os Equipamentos de Proteção Individual.

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O vice-presidente do Cremego, Aldair Novato Silva, afirmou que os procedimentos realizados no local colocam a vida de profissionais e pacientes em risco. “A maternidade estava funcionando de uma maneira extremamente precária. Não haviam campos cirúrgicos estéreis, ou seja, para proteção do paciente. Quer dizer, qualquer cirurgia que fosse feita naquela unidade naquele momento, seria feita de uma forma absolutamente sem condição”, completou.

Ele ainda lembrou que a Maternidade já passou por quatro fiscalizações do conselho, uma delas, ainda no período de sua inauguração, levou à mudança de data da abertura da unidade. Com 13 leitos, quantidade insuficiente para o atendimento à população de Aparecida de Goiânia, que tem cerca de 500 mil habitantes, a maternidade segue com repetidos problemas, que comprometem a qualidade da assistência prestada.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia afirmou que a demanda na maternidade Marlene Teixeira foi acima do esperado para o último fim de semana, e que deve se reunir com o Cremego para discutir problemas relacionados à Saúde na cidade. A secretaria ainda afirmou que, não existe falta de materiais para a realização dos trabalhos da equipe médica na unidade.

Para Aldair, é preciso encontrar soluções para que o atendimento possa ser rápido e seguro. “Precisamos melhorar a assistência médica sem colocar em risco a população e os profissionais que ali trabalham”.

Pacientes denunciaram os problemas na unidade, que deixaram grávidas sem atendimento no último domingo (18). Partos e curetagem, procedimento realizado quando uma mulher sofre um aborto ou um parto natural, não estavam sendo feitos no local. 

O Cremego fará uma reunião com representantes da maternidade para a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que define quais medidas emergenciais e prazos deverão ocorrer para sanar as deficiências. Devem participar da reunião o secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Luiz Edgar Tolini, os promotores do Ministério Público Estadual, Érico de Pina e Eduardo Prego e representantes da Regulação estadual e municipal.

Falta de Vaga

O baixo número de leitos para a população de Aparecida de Goiânia não é um fato novo. Há três semanas, uma bebê de 1 ano e 4 meses teve de esperar por dois dias no Cais Nova Era por uma vaga de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Em agosto passado, o pedreiro Lindomar Alves dos Santos morreu devido à demora no atendimento e a falta de vagas em uma UTI. A família afirmou que só conseguiu uma vaga depois de ir à Defensoria Pública. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).  

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