Goiás teve aumento de 223% nos casos de Dengue em 2022

Goiânia registrou em 2022 mais de 43 mil casos, uma alta de 223% em relação ao ano anterior

Postado em: 19-01-2023 às 08h30
Por: Alexandre Paes
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Goiânia registrou em 2022 mais de 43 mil casos, uma alta de 223% em relação ao ano anterior. | Foto: Reprodução

A dengue continua sendo a vilã do período chuvoso em Goiás. Desde o início do ano de 2023, os casos da doença no estado não param de aumentar, e de acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado (Suvisa), mais de 106 casos foram confirmados, e existem outros 578 notificados. O ranking da saúde destaca Anápolis em 1º lugar, com 83 casos, Goiânia em 2º lugar, com 68, e Rio Verde em terceira posição também com 68 casos.

No ano de 2021, Goiânia registrou 10.073 casos de dengue. Já em 2022, houve uma explosão na quantidade de pessoas infectadas pela doença, e esse total ficou em 43.134, o que representa um aumento de 328%. Já o número de mortes por dengue na capital também foi assustador, pois em 2021, 6 pessoas morreram devido à doença. No ano passado, esse número ficou em 43 óbitos, um aumento superior aos 616%. 

Somente no ano passado, foram confirmados 189.270 casos de dengue em todo o estado de Goiás. Esse é um aumento de 223% quando comparado com o ano anterior, que teve apenas 54.733. Além disso, a quantidade de óbitos também aumentou, e cerca de 158 pessoas morreram devido à doença.

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Segundo Murilo do Carmo Silva, coordenador de Dengue, Zika e Chikungunya da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), o grande volume de chuvas que Goiás teve em 2022 foi um dos fatores fundamentais para o aumento de criadouros da dengue no estado, d consequentemente da explosão de casos confirmados e óbitos pela doença.

“Esses dados e relatórios mostram que a sociedade não tem feito o dever de casa. Essa foi a maior epidemia registrada no estado se comparado com os últimos 5 a 10 anos. Quanto mais chuvas, mais criadouros e menor a condição dos moradores em fiscalizar suas residências, o que é fundamental para o controle de proliferação do concluiu que com uma picada afeta nossa saúde de uma maneira extrema”, destaca Murilo.

Recomendações 

As autoridades da área da saúde alertam a população dos perigos causados pelos imóveis desabitados por longos períodos. Entre as medidas que inibem a reprodução em grande escala do mosquito estão a vedação da caixa d´água, o recolhimento e acondicionamento do lixo no quintal, a cobertura de cisterna e de todos os reservatórios de água. 

A assessora técnica de gabinete da Suvisa, Dra. Cristina Aparecida Laval, orienta os moradores a fazer uma vistoria minuciosa em suas residências, para eliminar os prováveis criadouros do mosquito. Entre as medidas que inibem a reprodução do inseto em grande escala, estão a vedação da caixa d’água, o recolhimento e acondicionamento do lixo no quintal, a cobertura de cisterna e de todos os reservatórios de água.

“Ao viajar, mesmo que por poucos dias, as pessoas devem fazer a limpeza desse compartimento”, pontua a especialista. O mesmo cuidado deve ser adotado com os vasos de plantas, vasos sanitários, depósitos de água de umidificadores, ralos de banheiro e sifões das pias da cozinha e do banheiro.

Todos esses locais são potenciais criadouros do mosquito pelo fato de acumularem água, mesmo que em pequena quantidade. O ovo do vetor, em contato com a água parada, leva em média sete dias para se transformar em mosquito adulto. Os quintais das residências também merecem atenção. Eles devem se manter limpos, sem qualquer objeto que possa acumular água.

Laval destaca que itens aparentemente inofensivos, como tampinhas de garrafa, pequenas latas e copos plásticos, se transformam em ambientes favoráveis à proliferação do inseto. Por fim, ressalta que é a atuação do cidadão no âmbito de seu domicílio o fator decisivo para reduzir e evitar esse vetor de doenças.

Vacina para prevenção da dengue tem eficácia de 79,6%

Em 2009, o Instituto Butantan licenciou do NIH as patentes e os materiais biológicos referentes às quatro cepas virais que compõem a vacina da dengue. Com os dados da instituição americana, o Butantan executou o estudo clínico de fase 2 e em 2016 iniciou a fase 3. Em dezembro de 2018, o instituto firmou parceria com a farmacêutica MSD para co-desenvolvimento e licenciamento dos dados referentes à vacina, em uma ação conjunta para acelerar o desenvolvimento e registro do produto.

O objetivo do Butantan é disponibilizar o imunizante para o Sistema Único de Saúde (SUS). Após a conclusão do ensaio clínico, prevista para 2024, os resultados finais serão submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliação. O órgão irá definir, com base nos dados de eficácia, segurança e imunogenicidade, quais públicos poderão se beneficiar da vacina, e se irão recomendá-la para incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Dos 16.235 voluntários que participaram do estudo, 10.259 receberam a vacina. Até 21 dias após a vacinação, somente três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves relacionados ao imunizante. As reações adversas foram comparáveis entre o grupo que recebeu placebo e o que recebeu a vacina, exceto por reações esperadas que aconteceram fora do local da aplicação, como febre e irritação na pele.

Cuidados a serem adotados

A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito Aedes aegypti. Seguem as ações que a população deve adotar, pelo menos uma vez por semana:

• Verificar se a caixa d’água está bem tampada

• Deixar as lixeiras bem tampadas

• Colocar areia nos pratos de plantas

• Recolher e acondicionar o lixo do quintal

• Limpar as calhas

• Cobrir piscinas

• Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários

• Limpar a bandeja externa da geladeira

• Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação

• Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado

• Cobrir bem a cisterna

• Cobrir bem todos os reservatórios de água

• A limpeza não se restringe só às residências: é importante ficar atento a possíveis focos de água parada na escola, no trabalho e em outros locais frequentados diariamente

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