Dono de laboratório e biomédico fraudam exames de pacientes

O Esquema era realizado pra receber indevidamente o dinheiro dos procedimentos, pago, na maioria das vezes, pelo Sistema

Postado em: 22-03-2018 às 15h50
Por: Katrine Fernandes
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O Esquema era realizado pra receber indevidamente o dinheiro dos procedimentos, pago, na maioria das vezes, pelo Sistema

*Katrine Fernandes

Nesta quinta-feira (22), foram presos suspeitos de fraudar exames de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o dono e o biomédico do laboratório Doutor Selim localizado no Setor Aeroporto, em Goiânia. 

O proprietário e farmacêutico Selim
Jorge João, de 70 anos de idade, e o biomédico Edson Yukazu Ozawa realizavam o esquema para receber
indevidamente o dinheiro dos procedimentos, pago, na maioria das vezes, pelo Sistema. 

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De acordo com a
Polícia Civil, as amostras de sangue eram colhidas pela faxineira, e o material
coletado era guardado em uma geladeira, junto com alimentos. O laboratório, está interditado por tempo indeterminado. 

Na delegacia, Selim Jorge nega as acusações e alega que atua na área há 35
anos se declara ainda um profissional sério e experiente, e em razão disso diz  que não entende o motivo da prisão. Afirma também que a faxineira da clínica fazia a coleta porque, segundo
ele, “tinha curso técnico”. 

Segundo o delegado Izaías Pinheiro, responsável pelo caso, na geladeira em que o sangue dos pacientes era guardado havia também alimentos como linguiça e mandioca, além do sangue, o refrigerador armazenava fezes, urina,
entre outros materiais coletados dos pacientes. 

O biomédico, Edson Yukazu Ozawa, que também foi preso, ao
ser procurado pela equipe de reportagem disse que não irá se pronunciar sobre o caso.

O delegado afirmou que a maioria das pessoas lesadas é
paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Lá eles estão fazendo exames só no olho, sem passar
pelos equipamentos necessários. Ele falsificava os laudos para furtar o SUS.
Ele [o dono] disse que realmente faz isso, e que equipamento para ele não tem
importância nenhuma. Disse que tem 40 anos de experiência e que o olho dele é
melhor que qualquer equipamento”, contou o delegado.

Faxineira nega curso técnico

A faxineira, que preferiu não se identificar, afirmou
durante depoimento na delegacia, que tem apenas o ensino médio e que o farmacêutico
estava ciente da situação. Ela confirmou que fez a coleta de sangue, e que chegou até a machucar alguns dos pacientes, mas disse
estar arrependida.

“Uma vez ele pediu para eu fazer a coleta, ajudar o
Edson. Cheguei a fazer a coleta umas três vezes, mas quando a vigilância
sanitária esteve lá no mês passado, falei para ele que não ia mais fazer e pedi
demissão. Estou de aviso”, argumento.

Segundo a Polícia Civil, a funcionária vai ser ouvida, a
princípio, como testemunha do caso.

* Katrine Fernandes é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje sob supervisão de Naiara Gonçalves.

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