Parceria visa a redução de resíduos das indústrias goianas

Neste ano, espera-se aumento de 12% na troca de combustíveis fósseis por opções menos nocivas ao meio ambiente

Postado em: 21-01-2023 às 15h19
Por: Everton Antunes
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Neste ano, espera-se aumento de 12% na troca de combustíveis fósseis por opções menos nocivas ao meio ambiente. | Foto: Reprodução

A Lidera Response, empresa que opera a valorização de detritos, firmou acordo com a unidade de gestão de material de descarte da Votorantim Cimentos, a Verdera, no intuito de proporcionar um fim adequado aos resíduos industriais. O serviço consiste na separação e processamento desse material para produzir combustíveis alternativos aos fósseis.

Esse procedimento, que é mundialmente utilizado, consiste em garantir um destino sustentável e correto do excedente produzido pela atividade industrial. Os materiais de descarte são incinerados pela alta temperatura do forno, o que elimina quaisquer passivos ambientais – ou seja, danos causados ao meio ambiente em decorrência de uma atividade –, e transforma-se em energia. 

De acordo com a gerente comercial da Verdera na região Centro-Norte, Barbara Silveira, “Por meio do coprocessamento, geramos um impacto positivo para as indústrias e para a sociedade ao eliminar resíduos do planeta por meio de uma tecnologia limpa”. Para Silveira, “essa tecnologia é baseada no conceito de economia circular, pois reinsere, na cadeia produtiva, materiais que possam gerar energia, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e atuando de forma sustentável”. 

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Com a prática de valorização de descartes iniciada em 2022, no Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag), coube à Lidera Response assumir essa tarefa – que compreende a administração e preparo dos materiais que serão encaminhados ao procedimento final. Por outro lado, a Verdera se compromete com o coprocessamento de blends – ou seja, de uma mistura de resíduos compatíveis que servem de combustível gerador de energia na produção de cimentos. 

Essa iniciativa conjunta contempla o Decreto 10.936, que estabelece a destinação de descartes para recuperação energética em locais licenciados, e estima-se cerca de 1 mil toneladas de blends produzidos por mês. Paulo Francisco Cardoso, proprietário da Lidera, avalia que o serviço atenderá empresas do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste. 

Cardoso explica que o coprocessamento de resíduos industriais diminui o volume dos aterros sanitários. Além disso,“ao optar pela blendagem de seus materiais, as indústrias contribuem também para a conservação dos recursos naturais ao diminuir os riscos de contaminação dos solos e da água”, acrescenta. 

No Estado

O serviço de coprocessamento é oferecido desde 2017, na fábrica da Votorantim Cimentos, localizada em Edealina. Em 2021, a empresa destinou quase 58 mil toneladas de excedentes industriais, como pneus e bagaço de cana. Com essa medida, espera-se promover o uso de combustíveis alternativos – que visam reduzir os impactos ambientais – e aumentar a taxa de substituição de combustíveis fósseis de 30% para 42% neste ano.

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