Goiás lidera transplante de córnea

A fila para a realização do procedimento foi zerada e a Fundação Banco de Olhos (Fubog) está cadastrando pessoas que precisam fazer o transplante

Postado em: 26-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A fila para a realização do procedimento foi zerada e a Fundação Banco de Olhos (Fubog) está cadastrando pessoas que precisam fazer o transplante

Fernando Dantas*

A doença da córnea pode ter várias causas, desde congênitas, traumáticas até por infecções. É responsabilidade do médico oftalmologista examinar o paciente e avaliar se há a necessidade ou não da realização de transplante. Na maioria dos casos, a indicação do procedimento é feita quando a pessoa tem baixa visual, ou seja, o olho está bem, mas a córnea está doente. 

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Em Goiás, somente em 2017, foram realizados 1.140 transplantes de córnea. Em novembro do ano passado, o Estado conseguiu zerar a fila de espera pelo procedimento, que já durava dez anos. Na época, a Fundação Banco de Olhos (Fubog) captou a córnea e encaminhou para o médico responsável realizar o transplante, zerando, assim, por completo a espera para uma cirurgia. “Quase 90% dos procedimentos são realizados pela Fundação Banco de Olhos, ultrapassando nossa meta e contribuindo ainda mais para ajudar a nossa população nessa questão de saúde pública”, destaca o presidente da Fubog, Zander Campos da Silva. 

Dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) mostram que, se for feita a análise do número de transplantes por milhão de pessoas (pmp), Goiás lidera o cenário nacional, com 154,7 por pmp. Em segundo lugar vem o Distrito Federal (123,6) e em terceiro, o estado do Ceará (107,0). Segundo a médica oftalmologista da Fubog, Luciene Barbosa, esse resultado revela que em Goiás existem mais doadores efetivos de córnea. “O Banco de Olhos, juntamente com o apoio da Central de Transplante, tem trabalhado na gestão e treinamento de seus funcionários, que tiveram assim um maior número de conversão das entrevistas, ou seja, de doadores. Tendo mais córnea disponível, a fila de transplante andou mais rápido, chegando a acabar.  Hoje, Goiás disponibiliza córnea para Brasília, que envia para vários estados, de acordo com a lista de espera”, afirma. 

Como ter acesso à córnea

De acordo com a oftalmologista Luciene Barbosa, a córnea é disponibilizada pela Central de Transplantes, seguindo uma ordem cronológica de data de inscrição e critérios de urgência.  “Quem consegue a córnea são os agentes responsáveis pela busca de possíveis doadores. Uma vez sendo um possível doador, é feita uma análise do prontuário e se tudo ocorrer bem, procura a família para fazer a ‘entrevista’, solicitando a doação”, diz.  Para garantir a doação e captação de córneas em tempo hábil, a Fundação mantém no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, uma equipe de funcionários em plantão 24 horas. A instituição também possui Centros de Captação de Córneas em Catalão, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), na Santa Casa, no Hospital Araújo Jorge e em Itumbiara. 

Desde 1977, a Fubog faz a enucleação, análise e o armazenamento das córneas destinadas a transplantes no Estado de Goiás. No Centro de Pesquisas de Córneas da Fundação, são realizados exames para avaliação da córnea e a contagem celular do endotélio, antes da mesma ser enviada ao médico para o transplante. A oftalmologista da Fubog explica ainda que se trata de uma cirurgia relativamente simples, mas requer um acompanhamento e cuidados no pós-operatório. “A recuperação visual pode ser lenta, dependendo do tipo de transplante. Precisa usar colírios por um tempo e fazer os retornos com o médico”, acrescenta.

Novos pacientes

Como a fila foi zerada, a Fubog está cadastrando novas pessoas interessadas em fazer o transplante de córnea e que possuem condições para passar pelo procedimento. “O paciente pode solicitar uma avaliação para transplante, entrando no site e enviando os dados para inscrição de avaliação. A Fubog irá agendar um dia para o paciente comparecer no hospital e ser avaliado pela nossa equipe, buscando a indicação de transplante. Se o transplante for indicado, paciente será cadastrado na instituição e encaminhado para a fila”, orienta. (Especial para O Hoje) 

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