Aumentam casos de AIDS em idosos

Dados da Secretaria Estadual de Saúde constataram que de 1984 a julho de 2017, cerca de 465 pessoas acima de 60 foram diagnosticadas com a doença

Postado em: 30-03-2018 às 08h00
Por: Sheyla Sousa
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Dados da Secretaria Estadual de Saúde constataram que de 1984 a julho de 2017, cerca de 465 pessoas acima de 60 foram diagnosticadas com a doença

Gabriel Araújo*

O número de casos de AIDS em idosos cresceu 26% entre os anos de 2015 e 2016 no Estado, os dados são da Secretaria do Estado da Saúde (SES) de Goiás. Segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas com mais de 65 anos com HIV cresceu 103% nos últimos 10 anos, no Brasil.

De acordo com a subcoordenadora do programa DST-AIDS da Secretaria, Daniele Prado, os idosos não possuem o habito de utilizar preservativos, o que eleva os riscos que infecção com o vírus HIV, que é o causador da AIDS. “Com a criação de medicações que alongam a vida sexual, por volta do ano de 2000, esses idosos passaram a ter uma vida sexual mais longa e sem proteção, o que deixou essa população mais exposta”, afirmou.

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De acordo com o boletim epidemiológico HIV/AIDS da SES de Goiás, de 2007 até o final do primeiro semestre do ano passado foram constatados 5.390 casos de HIV em Goiás. Do total, cerca de quatro mil casos foram em homens e pouco mais de 1300 em mulheres.

Os jovens com faixa etária entre 20 e 29 anos ainda representam a maior incidência de casos, com 45,6% do total. Cerca de 25% são pessoas com idade entre 30 e 39 anos.

Em 2015, o coeficiente de mortalidade por AIDS entre os homens foi de 7,0 óbitos/100.000 habitantes e entre as mulheres 3,8 óbitos/100.000 habitantes. A SES informou que no primeiro semestre de 2017 foram distribuídos quase 300 mil kits para testes rápidos de AIDS e pouco mais de seis milhões e meio de preservativos para a população.

Números

De acordo com as informações do Perfil Epidemiológico do HIV/AIDS 2017, da Secretaria do Estado da Saúde (SES) de Goiás, no período de 214 a 2016 houve um aumento de quase 50% no número de casos de HIV. De 1984, até 30 de junho de 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 14.701 casos de AIDS, que é quando o vírus HIV se manifesta, com 10.001 casos do sexo masculino e 4.695 do sexo feminino. 

Desde o ano de 2000 observa-se variações nas taxas de detecção da doença na população em geral, alcançando no ano de 2011 o maior registro com 840 casos e uma taxa de detecção de 13,8 casos para cada 100.000 habitantes. Porém, registra-se uma tendência de queda em relação aos números entre os anos de 2011 a 2016, com redução de 39% do número de casos.

Diferença

É importante lembrar que ser portador do vírus HIV é diferente de ter AIDS. Especialistas afirma que a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS, da sigla em inglês) é uma doença que se manifesta no organismo após a infecção pelo vírus HIV. A Imunodeficiência é uma inabilidade do sistema de defesa do organismo para se proteger contra micro-organismos invasores, o que prejudica o sistema de defesa do ser humano e o torna mais suscetível a infecções.

O HIV é o vírus causador da AIDS, ele entra no organismo humano e se instala nas células do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo. As células mais atingidas pelo HIV são os linfócitos CD4+, responsáveis pelo comando a resposta específica do corpo diante de agentes invasores, como vírus e bactérias.

Dentro das células, o vírus consegue se multiplicar e se espalhar pela corrente sanguínea, contaminando outras células. Com a defesa do corpo prejudicada pelo vírus, a pessoa infectada fica sujeita ao aparecimento de vários tipos de doença. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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