Moradores reclamam de infestação de caramujos

Secretária de Saúde diz que forma adequada de matar caramujos é os colocar em recipiente com água quente. Restos podem ser jogados em lixo comum

Postado em: 04-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Secretária de Saúde diz que forma adequada de matar caramujos é os colocar em recipiente com água quente. Restos podem ser jogados em lixo comum

Marcus Vinícius Beck*

Os moradores do Residencial Center Ville, na região sudoeste de Goiânia, reclamaram ontem da infestação de caramujos na região. De acordo com relatos da população, dezenas de bichos diariamente aparecem nas residências, sobretudo quando chove e o clima está ameno. Quem vive na região precisa lidar com caramujos com frequência, e temem que o bicho se torne uma espécie de amigo íntimo da população.

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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) disse que a melhor forma de matar os caramujos é catá-los com saco plástico nas mãos, colocando-os em um recipiente com água quente e quebrar as conchas em seguida. Os restos podem ser jogados, dentro de um saco plástico, no lixo comum. As infestações podem ser informadas ao órgão por meio dos telefones 3524-3125, 3524-3131 ou 3524-3140.

No total dos municípios brasileiros, há registros da presença do caramujo africano em cerca de 400, o que representa em termos de porcentagem algo em torno de 8%. O maior número de municípios infestados está concentrado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, em junho de 2002, havia registros da presença do caramujo africano em oito municípios. Meses mais tarde, já eram 16 municípios. 

Riscos

A revista cientifica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz informou que os casos de meningite eosinofília em todo o Brasil são transmitidas por meio do parasita Angiostrongylus cantonensis. Desde 2006, foram diagnosticados 34 casos de pessoas contaminadas pela doença em regiões costeiras do País. O vetor mais frequente da doença é o Caramujo Gigante Africano, que ingerem fezes de roedores contaminados com larvas do verme. Ao se locomoverem, liberam um muco contaminoso que pode infectar seres humanos. 

Além de causar doenças, o caramujo é responsável por gerar prejuízos na agricultura. Biólogos orientam que para evitar as doenças provocadas pelo molusco é necessário ter alguns cuidados, tais como: nunca comê-los, tampouco criá-los; se capturá-los, é necessário utilizar sacos plásticos para proteger as mãos. 

Já para capturar o caramujo, o indicado é pagá-lo no crepúsculo ou em dia nublado e chuvosos, pois é quando saem de seus abrigos em maior número. Seus ovos, de cor clara, pequenos e duros, têm de ser destruídos imediatamente após o molusco ser pego. Porém não é apenas o gigantes que representam riscos, e sim vários espécies do animal, como lesmas e caracóis de jardim. 

Espécie

De acordo com informações da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), os Caramujos Africanos foram trazidos para o Brasil ilegalmente na década de 1980 por meio de uma feira agropecuária, no Paraná. Três décadas depois de ser introduzida na Brasil, a espécie está presente em 23 dos 26 estados do Brasil, tirando o Distrito Federal. Atualmente, dizem especialistas, presencia-se a fase mais explosiva de sua invasão, ou seja, a ocorrência de densas populações, que são constituídas por grandes exemplares desses moluscos. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Cryshtian) 

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