Abastecimento de Aparecida é ampliado

Investimentos do Estado já chegam a quase R$ 60 milhões e buscam diminuir riscos de falta de água na região da Grande Goiânia

Postado em: 06-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Investimentos do Estado já chegam a quase R$ 60 milhões e buscam diminuir riscos de falta de água na região da Grande Goiânia

Gabriel Araújo*

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Na busca de diminuir os riscos de falta de água e garantir o abastecimento em Goiânia e na Região Metropolitana, Governo Estadual começa os investimentos em obras emergenciais, somente em 2018 os valores chegam a quase R$ 60 milhões. Nesta sexta-feira (6) será inaugurada a primeira etapa da ampliação do sistema de abastecimento de água em Aparecida de Goiânia.

Segundo informado pela Saneago, o Sistema Produtor Alto Paraíso integra um conjunto de quatro poços tubulares profundos. “A água retirada desses poços, após o tratamento, será destinada a abastecer o Centro de Reservação Jardim Alto Paraíso, com capacidade para 200 mil litros. Do Centro de Reservação, a água será distribuída, através de 165 km de redes, para 4.429 residências”, afirmou o órgão, em nota.

A obra deve garantir o abastecimento em seis bairros de Aparecida, o Aeroporto Sul, Jardim Himalaia, Alto Paraíso, Maranata e Dom Bosco I e II. Para o órgão a obra que custou cerca de R$ 31 milhões representa uma melhora no acesso à água para a população. “A inauguração do Sistema Produtor Alto Paraíso representa a ampliação do acesso à água tratada em Aparecida de Goiânia rumo à universalização do abastecimento, acompanhando o crescimento populacional e os avanços do município”, completou a Saneago.

O Ministério das Cidades e Governo de Goiás assinam hoje a Ordem de Serviço que autoriza a Saneago a iniciar o processo de licitação para as obras de interligação entre o Sistema Produtor Mauro Borges e o município. A obra tem o valor estimado em R$ 270 milhões para a construção de um conjunto de adutoras de grande porte, além de elevatórias e reservatórios de água tratada.

Outra obra do Estado é a interligação do Sistema Produtor Mauro Borges ao Sistema Meia Ponte. São 13 quilômetros de tubulações, dos quais 35% já estão completos, a expectativa é que as obras sejam concluídas até agostos deste ano. O custo final está estimado em R$ 28 milhões.

De acordo com o Governo Estadual, essa é a obra mais importante do ano. O sistema Mauro Borges produz 4 mil litros de água por segundo e, no momento, abastece cerca de 100 bairros da Grande Goiânia. “Aquele susto do ano passado com certeza será praticamente zero neste ano”, concluiu o governador Marconi Perillo.

Crise hídrica

No último fevereiro, o governo estadual decretou situação de emergência hídrica nas bacias dos rios Meia Ponte e João Leite. Para o Estado, a medida busca evitar uma piora na situação das bacias, que já estão em estado crítico, e define o uso da água de acordo com os processos de licenciamento para evitar o consumo desordenado.

Goiânia e sua Região Metropolitana podem sofrer com a falta de água em um futuro próximo, é o que informa pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). De acordo com o estudo, os principais rios e o lençol freático estão chegando a um ponto crítico de desgaste, o que eleva o risco de colapso no abastecimento hídrico.

Para os pesquisadores, o crescimento desordenado e a falta de preocupação com o desenvolvimento dos municípios coloca em risco todo o abastecimento. “Constatamos ainda uma ausência de preocupação com futuros mananciais nos planos diretores municipais”, acrescentam os coordenadores do estudo, profa. Karla Emmanuela e prof. Mauício Sales.

Segundo eles, 75% da região metropolitana de Goiânia é constituída de pastagem, lavouras e áreas construídas, o que torna mínimas as Áreas de Proteção Permanente (APP), que ainda não estão completamente protegidas. “Há pouca representatividade de Unidades de Conservação em escala metropolitana e se verifica degradação elevada nas áreas de proteção permanente (APP) dos cursos de água”, afirmaram os pesquisadores.

A Grande Goiânia é banhada pelas sub-bacias do Rio Turvo, Rio dos Bois, Rio Meia Ponte, além do Rio Corumbá e, de acordo com o estudo, a melhor opção na busca de uma recuperação de capacidade de produção de água é a gestão compartilhada entre todos os órgãos públicos, a população e o setor produtivo. “Não é possível garantir água para todos se não repensarmos nosso modelo de ocupação urbana e se não protegermos os mananciais. Não há outro caminho”, afirmaram. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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