Pix estimula venda no Carnaval, mas foliões devem redobrar atenção

Pedidos de bloqueios de celulares chegam a quase 1 milhão em 2022 em meio a alta de roubos

Postado em: 15-02-2023 às 08h00
Por: Vinicius Marques
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Pedidos de bloqueios de celulares chegam a quase 1 milhão em 2022 em meio a alta de roubos. | Foto: Reprodução

Nada melhor do que tirar fotos com a maquiagem de carnaval, ou da curtição nos bloquinhos pelas cidades e compartilhar com os amigos. O celular, além de uma ferramenta fundamental para trocar mensagens e encontrar os amigos, transformou-se no 2º principal meio para pagamentos. Novas regras do Pix facilitam as transferências de altos valores e os usuários devem redobrar os cuidados com a segurança, sobretudo durante o Carnaval. 

No último caso a facilidade que temos com o Pix, lançado no final de 2020 e que se tornou um sucesso como meio de pagamento. Já são mais de 143 milhões de usuários ativos, sendo a grande maioria pessoas físicas. Em setembro do ano passado, o sistema ultrapassou o valor de R$ 1 trilhão movimentados ao mês e, ao final do ano, superou a marca de 100 milhões de transações em apenas um dia.

Mas quem não abre mão de levar o celular para a folia assume o risco de ter o aparelho levado no meio da muvuca. Ter um seguro parece uma solução simples para resolver muitos problemas, mas é preciso muito cuidado, principalmente com informações pessoais e principalmente informações bancárias.

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A estimativa para o Carnaval, depois de praticamente dois anos sem as comemorações nas ruas, é positiva. Com o Pix caindo nas graças de vendedores ambulantes e dos consumidores em geral, os desfiles e carnavais de rua podem ser uma boa oportunidade para os comerciantes ambulantes venderem com mais praticidade, mas com atenção aos riscos também.

Dicas antes da folia

Se for curtir o carnaval em grupo, combine de só uma pessoa levar o celular, orienta Rafael Alcadipani, professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Para quem tem condição, tente levar um aparelho mais velho em vez do principal e, mesmo assim, é importante ficar atento”. 

  • Ocultar apps de banco temporariamente
  • Fazer backup dos dados
  • Ativar autenticação de dois fatores em aplicativos
  • Cuidados com a senha
  • Ter em mãos o IMEI (sigla em inglês para “Identidade Internacional do Equipamento Móvel” que identifica seu aparelho

Novas Regras do pix

Pelas novas regras, que valerão a partir do início do segundo semestre, o Pix deixará de ter um valor limite por transação, sendo possível, por exemplo, transferir todo o limite diário disponível na conta em um único envio.

Se por um lado as mudanças trazem mais praticidade ao usuário, por outro também contribuem para aumentar a ameaça de criminosos que a cada dia mais praticam furtos e roubos de celulares, bem como sequestros cujos resgates são transferências via Pix feitas pelas vítimas. 

O Estado de São Paulo vive uma crise profunda de roubo de celulares, sequestros e golpes através de aplicativos. Na prática o consumidor que foi vítima de golpe, assalto ou crimes de engenharia financeira não consegue reaver os valores que foram transferidos via Pix.

Pedidos de bloqueio de celulares na anatel chegam a 1 milhão

Roubos e furtos de celulares têm crescido nos últimos anos, e com isso os pedidos de bloqueios dos telefones também. Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mostram que só em 2022 houve crescimento de 7%, o equivalente a quase 1 milhão de pedidos de bloqueios.

O bloqueio ocorrendo nas 24h ou 48h após a ocorrência — principalmente para assaltos do atacado ou transportadoras — a atratividade desse produto no mercado diminuirá, explicou João Rezende, presidente da Anatel, durante entrevista coletiva.

Atenção aos golpes

De acordo com a advogada Ana Luiza Fernandes, são vários os tipos de fraudes virtuais que envolvem o Pix, uma das mais conhecidas é a clonagem do WhatsApp, por meio do qual os criminosos têm acesso aos contatos do usuário de um telefone celular e, se passando pelo dono do número, pedem transferências, alegando alguma emergência qualquer, ou até mesmo enviam falsos boletos de cobrança. 

Mas Ana Luiza explica que em muitas situações é possível ter o reembolso do prejuízo, principalmente quando for comprovado que houve alguma falha na prestação de serviço da instituição financeira. “A vítima deve entrar em contato com o banco, lavrar um boletim de ocorrência e procurar um advogado especialista no caso.  Com isso, é feito o levantamento de toda a documentação que se tem disponível para identificar quem é o golpista e se houve falha do banco, para em seguida, propor uma ação judicial “, explica.

Para evitar os transtornos que  os golpes como esse podem causar, a advogada dá algumas dicas. “É importante que a pessoa nunca informe seus dados bancários e pessoais por telefone. Quem trabalha em comércio, deve checar sempre se o valor da transferência realmente caiu na conta indicada pela chave. Desconfie sempre de conversas que solicitam informações pessoais ou pedidos de dinheiro por mensagens. Se for um parente próximo, ligue você mesmo para ele e certifique-se desse pedido”, orienta a advogada.

Pix Errado

Uma prática aplicada é o chamado “ Pix errado” é outro tipo de golpe bem comum nos ambientes virtuais e ocorre quando os criminosos enviam um comprovante de recebimento falso para a vítima. Quando a pessoa questiona a procedência da transferência, eles afirmam que o dinheiro foi transferido errado e pedem a devolução. 

Pix agendado

Outra prática comum por parte dos estelionatários é o golpe do  “Pix Agendado”. É quando os golpistas se passam por funcionários de bancos e pedem a confirmação de seus dados bancários. Com isso, eles solicitam que a vítima entre no serviço de internet banking de seu banco e apertem a  opção “Pix Agendado”. No telefone da vítima, vai aparecer que a operação foi cancelada, mas neste momento os golpistas já realizaram transações bancárias.

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