Ministro antecipa vacina

Estado está em alerta para risco de epidemia de H1N1. Este ano são 44 casos confirmados e 92 sob investigação. Cinco pessoas morreram devido à doença

Postado em: 07-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Ministro antecipa vacina
Estado está em alerta para risco de epidemia de H1N1. Este ano são 44 casos confirmados e 92 sob investigação. Cinco pessoas morreram devido à doença

Gabriel Araújo*

A Campanha Nacional de Vacinação Contra Influenza foi antecipada na Grande Goiânia. O anúncio foi feito pelo Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, na manhã desta sexta-feira (6) e as vacinas devem chegar ao Estado a partir da segunda semana deste mês. Segundo o ministro, a decisão foi tomada devido ao aumento no número de casos na região.

Duas semanas atrás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) buscou antecipar a vacinação devido ao crescente número de casos suspeitos da doença, na época o Ministério da Saúde não autorizou o envio antecipado das doses e a população correu para clínicas particulares na procura pela vacina.

Continua após a publicidade

De acordo com a Secretaria do Estado da Saúde (SES) os casos de gripe A, causados pelo vírus H1N1, aumentaram 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o adiamento da campanha nacional de vacinação, o órgão pretende diminuir o tempo para a entrega das doses no Estado, além de aumentar o número de leitos disponíveis para a população com suspeita da doença.

A SES confirmou 44 casos da doença, sendo 21 casos graves na Capital. Segundo o órgão cinco pessoas morreram este ano, duas em Goiânia, duas em Trindade e uma em Jaupaci.

Na última segunda-feira (2) a população iniciou a procura por doses de vacinas contra o H1N1 na rede privada da Capital. Muitos enfrentaram filas e altos valores, em alguns locais a espera passou das 5 horas e o valor médio chegou a ser de R$ 100 para vacinas trivalentes e R$ 140 para as quadrivalentes.

Adiamento

A Campanha Nacional foi adiada em uma semana pelo Ministério da Saúde. A ação teria início no próximo dia 16 e terminaria em 25 de maio, mas com a alteração, as datas passam para o dia 23 de abril até 1º de junho.

De acordo com o Ministério, os primeiros a serem vacinados serão pessoas com 60 anos ou mais de idade, além de crianças com faixa etária entre 6 meses a menores de 5 anos. Os trabalhadores da saúde, professores de escolas públicas e privadas, indígenas, pessoas portadoras de doenças crônicas, presos e funcionários do sistema prisional e jovens que estão sob medidas socioeducativas também participam do primeiro grupo de vacinação.

A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde informou que a campanha será realizada dentro do período ideal definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o órgão de saúde afirmou que as ações devem ocorrer antes do pico de transmissão do vírus influeza, que no Brasil ocorre no mês de julho.

Segundo o Instituto Butantan, órgão responsável pela produção das vacinas, as doses já estão prontas e a distribuição depende da assinatura do contrato pelo Ministério da Saúde. De acordo com o órgão, 5 milhões de vacinas estão aguardando a liberação para serem distribuídas, a produção das doses começou no último mês de setembro e ficaram prontas em seis meses.

Produção

Todos os anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) altera a composição da vacina para gripe, essa alteração se dá devido a pesquisas que informam o tipo de vírus que circula nas regiões. Este ano as vacinas chegam com duas mudanças nas Cepas de Influenza A (H3N2), a composição das vacinas trivalentes e tetravalentes foi alterada já que o tipo de vírus que circula pela América do Sul mudou.

De acordo com a médica infectologista, Priscila Saleme, foram detectados 2.674 casos de influenza no país, sendo de um vírus que migrou de Singapura. “A diferença entre as duas vacinas está no subtipo do vírus H3N2, que nos EUA é o tipo Hong Kong e no Brasil o Singapura. No entanto, vale sempre lembrar que, apesar de a composição da vacina ser sempre baseada num complexo sistema de vigilância epidemiológico de cada localidade, nem sempre será possível que haja uma correspondência exata entre o vírus vacinal e o vírus circulante”, concluiu. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

Veja Também