Carnaval deve gerar mais de 3 toneladas de lixo na Capital

Expectativa de um público maior nas ruas durante o feriado pode aumentar a concentração de lixo

Postado em: 17-02-2023 às 08h30
Por: Anna Letícia Azevedo
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Expectativa de um público maior nas ruas durante o feriado pode aumentar a concentração de lixo. | Foto: Reprodução

Você já parou pra pensar na quantidade de resíduos que um bloquinho de Carnaval produz? É, literalmente, um rastro de latinhas, garrafas, de vidro e pet, além dos resquícios de fantasia, glitter e afins que ficam nas ruas de diversas cidades pelo país. Tudo isso vai parar em bueiros, causando enchentes, além da sujeira visual e do mau-cheiro que causa após a folia – e quem resolve isso? Os trabalhadores. No caso, a limpeza urbana e as catadoras e catadores.

Somente no final de semana de pré-carnaval, as equipes de limpeza da Prefeitura de Goiânia removeram mais de 3 toneladas de lixo nas ruas da Capital. A ação preventiva, iniciada na última quinta-feira (16) seguirá até o dia 21, terça-feira de carnaval. Um terço dos resíduos coletados durante esse período foi destinado para cooperativas de reciclagem.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) deve manter equipes em pontos estratégicos com equipes de varrição, remoção, coleta orgânica e seletivas. Além disso, houve a distribuição de lixeiras e tambores de 200 litros, para a coleta de lixo orgânico e seletivo. Dessa forma, a prefeitura espera o descarte correto dos resíduos por parte dos foliões. 

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Dentre os locais pontuados como estratégicos para a limpeza, estão:  Praça Tamandaré, no Setor Oeste, Avenida 74 e Antiga Estação Ferroviária, no Centro, bem como a Praça Universitária. Ademais a Comurg também agirá nos setores Bueno, Sul, Jardim América, Pedro Ludovico, Condomínio das Esmeraldas, Vila Morais e Balneário Meia Ponte, por serem pontos tradicionais de concentração de foliões. Além desses, já foram colocados latões de lixo no decorrer da Avenida 85 e setor Marista.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) também anunciou que coletou mais de 3 mil toneladas de lixo no final de semana em que ocorreram comemorações de pré-carnaval. Desse total, até uma tonelada foi possível ser encaminhada para cooperativas de reciclagem. 

Alzirio Barbosa, diretor de limpeza da Comurg, também acrescentou que se caso houver grande volume de lixo, a limpeza será feita em etapas. Essas abrangem varredura e limpeza das lixeiras, seguidas de uso de caminhão pipa para lavar resquícios de urina e eliminar mau cheiro. Por fim, uma vistoria acontecerá no dia seguinte.Nesse sentido, a Comurg se prepara para receber os blocos carnavalescos, e espera colaboração dos foliões para manter a cidade limpa. Os funcionários da Companhia afirmam que “presenciaram lixo jogado a poucos metros das lixeiras e latões”.

Entre os materiais mais encontrados durante as limpezas estão: latas de alumínio, garrafas de vidro e de plástico, copos, papéis, confetes e serpentinas. Por fim, Alzirio Barbosa pontuou que: “Mesmo com nossas equipes nos locais, esse material jogado nas vias pode ser levado pela chuva e causar transtornos à cidade e à população, como entupimento de bueiros, alagamentos, além de ser recipiente para gerar focos de mosquitos transmissores de doenças”.

De tudo o que a humanidade produz, 91% vira lixo, aponta estudo

De tudo o que a humanidade produz, 91,4% vira lixo, segundo o Circularity Gap Report. No Brasil, as embalagens representam 30% de todo o material descartado, aponta o Instituto Akatu, e 17% dos alimentos são jogados fora a cada ano, informa a ONU. Esses números ganham outra dimensão com as datas comemorativas como a do Carnaval. 

A economia circular busca otimizar os recursos do planeta e gerar cada vez menos resíduos. A equação é comprar menos, utilizar os produtos por mais tempo e reaproveitar seus insumos para a produção de novas coisas, reduzindo tanto a extração de recursos da natureza, como a quantidade de resíduos descartados.

Essa preocupação com o meio ambiente, está incrustado no brasileiro. De acordo com a pesquisa Retratos da Sociedade: Hábitos sustentáveis e consumo consciente, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 74% dos ouvidos adotam hábitos sustentáveis, sendo que 30% dizem que sempre adotam esse hábito e 44% afirmam que às vezes o fazem. Quando avaliada a percepção dos entrevistados com relação às pessoas que residem em seu estado, no entanto, os números foram diferentes. Para eles, apenas 32% da população de seu estado adotam hábitos ambientalmente sustentáveis, sendo que apenas 7% adotariam esse hábito sempre.

Praticamente sete em cada dez brasileiros (69%) costumam separar materiais para reciclagem – outros 31% afirmaram que não. A parcela que adota essa prática em 2022 é maior que em pesquisas anteriores. Em 2019, 55% dos entrevistados destinavam materiais para reciclagem, na edição de 2013, essa parcela era de 47%. Os materiais que o brasileiro mais separa para ser reprocessados são plásticos em geral, incluindo garrafas PET, citados por 76% dos ouvidos, seguido de alumínio (56%), papel/papelão/jornal (53%) e vidro (47%).

Em relação às edições anteriores, houve uma queda sensível na parcela da população que mistura o lixo eletrônico com o restante dos resíduos. Em 2013, 21% dos ouvidos disseram que não faziam essa separação, caindo para 12%, em 2019, e para 9%, em 2022.

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