Aeroporto de cargas vai desafogar BRs
Estrutura deve receber aviões de grande porte carregados o que deve gerar menos fluxo nas rodovias goianas
Por: Sheyla Sousa
Gabriel Araújo*
O Aeroporto de Cargas, em Anápolis, uma obra orçada em R$ 350 milhões foi inaugurada na última semana com 90% dos trabalhos finalizados. A obra estava prevista para ser finalizada ainda em 2014, mas enfrentou problemas judiciais e foi paralisada pelo Poder Judiciário estadual.
De acordo com o apurado pelo O Hoje, a pista do aeroporto é a maior do Estado e a única com capacidade para receber um avião do tipo Jumbo 747, com o tanque cheio. A matéria-prima para a exportação e peças importadas, que atualmente demoram para chegar por meio de rodovias, agora devem ser trazidas por transporte aéreo. Em todo o país existem apenas quatro aeroportos cargueiros: três em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
Segundo o ex-governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, as obras no local estão 90% concluída, faltando apenas à homologação da pista pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a construção dos galpões de armazenagem de cargas. “Agora é dar sequência aos trâmites para que toda estrutura comece a funcionar”, afirmou.
De acordo com a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), somente a primeira etapa da obra foi finalizada, constituindo a construção da pista do aeroporto de cargas. Em nota, o órgão informou que a previsão de término da segunda etapa se dá no segundo semestre deste ano. “A Agetop executa a segunda etapa que é a pavimentação da pista de taxiamento e o estacionamento das aeronaves”, afirmou.
Ainda de acordo com o Estado, o aeroporto está sendo construído em Anápolis para fazer parte da plataforma multimodal de escoamento da produção agropecuária e industrial. Em Anápolis existe o porto seco, a ferrovia e a rodovia BR-153. “A cidade está no centro do país e agora terá o aeroporto. Ou seja, todas as condições possível para o escoamento da produção”, concluiu.
Atraso
O término da construção do Aeroporto de Cargas de Anápolis estava prevista para fevereiro de 2014 e a obra estava orçada em R$ 310 milhões, mas com os diversos atrasos sofridos devido a falta de planejamento e ações judiciais o local só pode ser entregue neste mês de abril.
Em 2014, a promotora de Justiça Sandra Mara Garbelini propôs uma ação civil pública após diversas denúncias de que as obras provocavam prejuízos ambientais na região do entorno do aeroporto. De acordo com ela, a erosão foi a principal causa de problemas, que chegava a propriedades vizinhas e ao Córrego Barreiro. “A Agetop sequer contratou a elaboração de projeto de engenharia para capacitação, condução e disposição das águas pluviais, obra esta que deveria ter sido a primeira a ser realizada”, completou.
Em fevereiro deste ano, a juíza Mônice de Souza Balian Zaccariotti determinou a suspensão das obras do Aeroporto de Cargas de Anápolis. Atendendo pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) a magistrada argumentou que a obra causava problemas ambientais na região.
A juíza determinou que o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), fiscalize as obras a cada 30 dias e que a embargue caso as irregularidades permaneçam.
A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) informou que as obras sofreram interrupções por falta de disponibilidade de recursos do Estado. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).
