Associação denuncia desmatamento em nascente do Córrego Buriti na Avenida 136, em Goiânia

Presidente da Pró-Setor Sul aponta que corte de árvores pode influenciar futuros alagamentos na região

Postado em: 23-02-2023 às 08h43
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Associação denuncia desmatamento em nascente  do Córrego Buriti na Avenida 136, em Goiânia
Presidente da Associação Pró-Setor Sul aponta que corte de árvores pode influenciar futuros alagamentos | Foto: Reprodução

A derrubada de 86 árvores em um terreno de aproximadamente 5 mil metros quadrados, na Avenida 136 com as ruas 132 e 148, no Setor Marista, em Goiânia, provocou a indignação dos moradores integrantes da Associação Pró-Setor Sul. A ação também acendeu alerta de especialistas devido ao terreno abrigar a nascente do Córrego Buriti.

A fim de protestar contra a ação, o grupo de moradores planeja uma manifestação na próxima sexta-feira (24) em prol da área preservada. O local é estudado para ser uma construção horizontal destinada a comércio e conveniência e foi vendido pela União ao comércio imobiliário. 

Ao O Hoje, o presidente da Associação Pró-Setor Sul, Edmilson Moura, avaliou que o desmatamento na região pode secar a nascente. “O local deveria ser uma área de preservação, mas infelizmente não é. O objetivo da manifestação é chamar a atenção da população da cidade que existem nascentes importantíssimas para nossa capital, como as nascentes que formam o Lago do Bosque dos Buritis e que abastece por exemplo, o Córrego Capim Puba”. 

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Como representante da associação ele explica que o principal objetivo da manifestação que acontece nesta sexta-feira (24) é evitar a impermeabilização do solo, inundações e alagamentos, a fim de criar no local um espaço público de convivência, mantido como área de preservação. 

“Qualquer edificação ou rebaixamento do lençol freático poderá ocasionar desastre ambiental irreparável, por atingir importante patrimônio histórico e paisagístico dos goianienses”, defende. A saída, segundo ele, está nas mãos da prefeitura, que teria que desapropriar o terreno, dando ao local, outra finalidade.

Posicionamento da Amma

Sobre o caso, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) disse que as árvores retidas não fazem parte da Área de Preservação Permanente (APP) e o local se trata de uma propriedade privada. 

Segundo a agência, a retirada foi autorizada conforme a legislação vigente e o Termo de Compensação Ambiental foi assinado. Por fim, salientou que a empresa responsável pelo desmatamento trabalhará juntamente com a instituição para fazer o replantio de espécies indicadas nas áreas.

Confira nota de posicionamento: 

A propósito de solicitação deste veículo de comunicação, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) informa o que se segue:

  • As árvores retiradas em um terreno na Av. 136 no setor Sul não fazem parte da Área de Preservação Permanente (APP) considerada nascente do Córrego dos Buritis, salientando se tratar de propriedade privada.
  • A Amma esclarece que a retirada das árvores da área que foi leiloada pela União foi autorizada, conforme a legislação vigente e laudo de vegetação apresentado e assinatura do Termo de Compensação Ambiental (TCA).
  • Por isso, a Amma recebeu a doação de 3.040 mudas de árvores nativas do cerrado que são utilizadas em reflorestamento de áreas degradadas na Capital.
  • Ao todo foram suprimidos 86 exemplares do local, e a empresa terá ainda, após a construção do empreendimento de realizar a retirada do ‘habite-se’ junto a Amma, quando é realizado o plantio das espécies indicadas pela Amma nas áreas próximas ao empreendimento.

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