Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Santa Casa fecha pediatria

Instituição afirmou não ter capacidade para atender demanda do município já que não possui corpo médico suficiente

Postado em: 11-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Santa Casa fecha pediatria
Instituição afirmou não ter capacidade para atender demanda do município já que não possui corpo médico suficiente

Gabriel Araújo*

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O serviço de maternidade será cancelado de forma gradativa na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Segundo a instituição, a decisão foi tomada após o conselho mudar a classificação da unidade, que passou de média para alta complexidade. A decisão foi divulgada na manhã desta terça-feira (10) e deve encerrar o atendimento em pediatria e obstetrícia até o dia 30 deste mês. 

Com o fechamento da maternidade, a instituição deve demitir oito obstetras e sete pediatras responsáveis pelo atendimento no local.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que nas últimas vistorias foram encontradas diversas falhas no atendimento e lembrou que está cobrando soluções. “Existem falhas no funcionamento da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, como a escassez de médicos e falta de estrutura”, afirmou.

A Santa Casa de Misericórdia afirmou, em nota, que um dos principais problemas enfrentados é a chagada de pacientes que não fazem parte do perfil de atendimento do hospital, o que não permite um atendimento seguro. “O funcionamento da unidade vem sendo prejudicado pelo recebimento de pacientes fora de seu perfil assistencial”, completou.

De acordo com o superintendente-técnico da Santa Casa, o médico Pedro Ivandosvick, a mudança na complexidade do atendimento poderia colocar em risco a vida das mães e bebês durante os procedimentos. “É inóspito para uma criança nascer em um hospital que não possui um ambiente adequado para o recém-nascido. Hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS) prioriza o parto humanizado e como eu faço isso em um hospital em que eu preciso estar de acordo com as exigências da comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH)”, afirmou.

Ainda segundo a nota da instituição, as mudanças deverão melhorar o atendimento para a população. “Em contrapartida, outros serviços passarão a ser oferecidos e terão o atendimento ampliado conforme as necessidades dos beneficiários do SUS,” completou.

Níveis de Atenção à Saúde

No Brasil existem três níveis de atendimento à saúde, que são necessários na hora de definir a estrutura, o corpo médico e a complexidade dos procedimentos. O nível primário é, como a própria definição, o primeiro nível de atendimento. Nele estão as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), conhecidas como postos de saúde, que tem a principal função de promover políticas direcionadas tanto à prevenção de doenças como à preservação do bem-estar nas comunidades.

Nessa etapa, são marcadas consultas e exames básicos, além da realização de procedimentos básicos, como curativos. Os equipamentos são voltados para diagnóstico e terapêutico, como aparelhos de raios-X e de ultrassonografia.

No nível secundário ocorre à primeira especialização no atendimento, agora os pacientes já são encaminhados para uma unidade de média complexidade. Com um quadro médico mais específico, podem ser realizados procedimentos de intervenção, tratamento de situações crônicas e de doenças agudas. É neste nível que estão presentes os serviços de urgência e emergência.

O último nível é onde se encontram as unidades de alta complexidade, hospitais que contam com um corpo médico especializado em diversas áreas que, caso necessário, podem realizar procedimentos mais invasivos, como ações dentro da Neurocirurgia e a Nefrologia Pediátrica. É neste nível que se encontram os equipamentos de alta tecnologia, como equipamentos para ressonância magnética, tomógrafos e hemodinâmicas. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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