Prefeito é acionado por irregularidades na compra de combustíveis

Segundo os promotores, existe um nítido esquema de troca de favores entre a prefeitura e a empresa Irmãos Ferreira Combustíveis

Postado em: 12-04-2018 às 10h00
Por: Kamilla Lemes
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Segundo os promotores, existe um nítido esquema de troca de favores entre a prefeitura e a empresa Irmãos Ferreira Combustíveis

O prefeito de Niquelândia, Valdeto Ferreira Rodrigues, foi acionado pelo Ministério Público (MP), por irregularidades na contratação de uma empresa para fornecimento de combustíveis para o município. 

De acordo com os promotores, a investigação teve início a partir de denúncia feita ao MP, apontando supostas irregularidades na celebração de contratos do município com a empresa. Foi requerido à administração municipal o envio de cópia do procedimento administrativo que possibilitou a contratação da empresa. Contudo, o município enviou apenas parte do procedimento, o que levou o MP a requerer a busca e apreensão dos documentos e o bloqueio de bens dos envolvidos.

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Após a análise da documentação, verificou-se que o sócio-proprietário da empresa ganhadora do pregão, o réu Paulo Roberto Ferreira da Silva, não somente é sobrinho do prefeito, como ele e a empresa foram doadores da campanha do tio nas eleições de 2016, tendo doado, conjuntamente, mais de R$ 35 mil. Ainda segundo o MP, o contrato celebrado com a empresa de combustível foi de R$ 1.950.186,46.

Segundo detalharam os promotores, o município enfrenta crise financeira e diversos servidores estão com os salários atrasados, comprometendo serviços básicos na cidade. 

De janeiro a dezembro de 2017, o município efetuou o pagamento de R$ 446.633,38 para a Irmãos Ferreira Combustíveis. Segundo os promotores, existe um nítido esquema de troca de favores, na medida em que, de um lado, houve considerável aporte financeiro para custear despesas de campanha eleitoral e, de outro, houve o direcionamento na licitação, de forma a favorecer os patrocinadores da campanha, restituindo-lhes os valores doados no período eleitoral mediante realização de vultosos contratos, com garantia de pagamento com prioridade em relação a outros credores da prefeitura.

A ação pede a condenação do prefeito, da empresa Irmãos Ferreira, de Paulo Roberto Ferreira, da servidora Imê Faria, e do chefe do Controle Interno do município, Sálvio Francisco Barros, todos por Improbidade Administrativa.  

Informações MPGO

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