Entenda os riscos da ‘doença da vaca louca’ para humanos, que pode ser transmitida por carne contaminada

As exportações de carne bovina brasileira para a China estão suspensas após um caso da doença ser confirmado no estado do Pará

Postado em: 28-02-2023 às 10h04
Por: Ícaro Gonçalves
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As exportações de carne bovina brasileira para a China estão suspensas após um caso da doença ser confirmado no estado do Pará | Foto: Reprodução/Adobe Stock

As exportações de carne bovina brasileira para a China estão suspensas desde a quinta-feira (23/2) da semana passada, quando foi confirmado um caso do mal da ‘vaca louca’ no estado do Pará. A doença é oficialmente nomeada como encefalopatia espongiforme bovina.

O caso apareceu numa pequena propriedade em Marabá num animal macho de nove anos, idade considerada avançada para bovinos. Ele era criado em pasto, sem ração. A fazenda foi isolada, inspecionada e interditada preventivamente pelo governo estadual e a carcaça do animal foi incinerada.

Embora seja considerada rara a infecção em humanos, ela pode ocorrer caso haja o consumo de carne contaminada. Trata-se de uma doença neurodegenerativa fatal, podendo acometer animais e humanos tendo como característica principal o acúmulo anormal de proteínas no cérebro, destruindo células nervosas.

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A doença pode ser desenvolvida de duas maneiras: a primeira ocorre por meio da ingestão entre os animais de carcaças infectadas. Para evitar tal contágio, a legislação brasileira proíbe a utilização de ingredientes de origem animal na alimentação bovina. Já a segunda maneira se dá pela mutação atípica e espontânea de uma proteína normal, sendo o meio de ocorrência mais comum.

Se constatado qualquer sinal da doença, é necessário que a entidade fiscalizadora sanitária local seja notificada. A confirmação deve ser feita por exames de laboratórios nacionais e internacionais, constatando se a infecção foi da “vaca louca” atípica, que pode ser lidada com a destruição apenas da carcaça infectada, ou se é um caso da doença clássica, que resulta em destruição de todo o rebanho, assim como quaisquer materiais que possam estar ligados ao(s) bovinos infectados, afim de manter a saúde animal e humana, conforme responsabilidade do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Sintomas

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas costumam ser sensoriais, comportamentais e psiquiátricos, mas nada específicos. A identificação se dá apenas por meio de exames de sangue para a análise genética no príon e a análise de líquor para detecção de uma proteína neuronal, tendo a confirmação definitiva somente com o exame neuropatológico de fragmentos do cérebro.

Não existe tratamento para a doença, podendo adotar apenas medidas de cuidado paliativo para os sintomas, prestando suporte ao paciente. A vDCJ é uma doença mortal, com evolução para óbito dentro de um ano, na maioria dos casos.

Moura finaliza, alegando que não há a necessidade de medo ao consumir carne bovina, lembrando-se, sempre, de se atentar à aquisição de produtos com selo de inspeção sanitária, como o emitido pelo S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal), assim como não ingerir carnes de origem desconhecida ou de áreas infectadas.

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